terça-feira, 14 de maio de 2019

Bolsonaro, o fantoche do marketing político



É disto que os emissores de discursos e mensagens se utilizam: pegam uma coisa vazia e a preenchem, utilizando-se da metalinguagem, criam novos signos que são disparados para a opinião pública. Não é uma questão de ideologia, mas de transmissão de simbolos e significados. A extrema direita conseguiu criar um discurso extremamente eficiente para seus objetivos. Pegaram a imagem de uma figura (Bolsonaro) sem relevância política e a impregnaram de significados persuasivos que a projetou do anonimato. Devido aos diversos golpes que a esquerda vinha tomando, de acordo com os seus supostos envolvimentos com corrupção, ela foi perdendo sua força junto aos escândalos envolvendo algumas empresas privadas, todos os fatos, extremamente, potencializados pela mídia. Ai entra o jogo do poder que se utiliza de estratégias espúrias, porém muito eficazes, para afastar todas os ideais socialistas. Fortalecer fundamentos religiosos foi uma delas. Nada melhor, para uma sociedade, quase que toda cristã, do que um candidato cristão e militar para arrumar a barafunda do país. Após isso, iniciou-se um grande marketing de guerrilha, disseminando nas mídias digitais uma série de informações manipulativas, as famosas fake news, apoiando a ditadura militar, como um regime que propiciou um excelente desenvolvimento econômico de inclusão sem corrupção. Muitos foram ludibriados com essas persuasões e passaram a acreditar neste fantoche da extrema direita. Enfim, formou-se assim uma democracia sem voz, governada por um mandatário também sem voz, conservador, preconceituoso, ignorante, inculto, que se comunica com a sua nação por meio das mídias digitais.

segunda-feira, 29 de abril de 2019

A filosofia e a sociologia como meios de individuação e transgressão

Como dizia a pensadora e filósofa política Hannah Arendt, vivemos um TOTALITARISMO INVISÍVEL, que, a cada dia, fica mais escancarado, ou melhor, visível, pelo menos, para aqueles que têm senso crítico, visão humanística e dialógica do mundo. Estamos deixando “O ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA”, para a prática efetiva dela.
O governo pretende deixar de investir nas cadeiras catedráticas de Filosofia e Sociologia, pois elas formam seres humanos resistentes que adquirem senso de individuação, e contestam a “moral” e os “direitos estabelecidos”. Parece que estamos voltando a época, que aqueles que eram contra o poder vigente era visto como transgressor e subversivo. O que precisamos hoje são de seres humanos mais subversivos e menos subservientes.

O principal objetivo dessa conjuntura é formar seres técnicos e autômatos, que tenham uma visão limitada, ou seja, despojados de senso crítico e desenvolvimento humanista, sendo mais fácil manter a subserviência e a administração do desejo de sublevações.
A antológica visão transgressora e progressista do Jung é bem conveniente para o momento que estamos passando. Ele diz que o inconsciente é um "outro" que se apresenta no decorrer da vida. Reconhecer e dar a palavra a esse outro é individuar-se, não isolar-se. Nesse processo, questões éticas e morais terão de ser enfrentadas, pois, ao entrar no processo, a pessoa deixa de se submeter obrigatoriamente aos ditames sociais, culturais, patrióticos, ou qualquer coisa que possa ser vista como regra moral, desenvolve uma ética própria, que pode ser contrária à moral vigente. 


Por exemplo, uma mulher muçulmana que vive em um ambiente fundamentalista pode querer exercer seu pensamento e pode desenvolver valores próprios quanto ao vestir-se ou ao comportar-se socialmente.
Esse abandono das regras vigentes tem um preço. Algo precisa ser dado em troca, e é nesse lugar que Jung afirma a importância do indivíduo. Só ele cria novos valores, só ele destrói valores ditatoriais que são aceitos por todos.