POC - Por Outra Comunicação
segunda-feira, 18 de março de 2024
COMUNICAÇÃO DE NICHOS VERSUS COMUNICAÇÃO DE MASSA
sábado, 3 de outubro de 2020
NÃO CONHECEMOS A VERDADE, E SIM A HISTÓRIA QUE NOS CONTAM
A verdade só acontece uma vez, portanto é finita. Já as histórias, que narram a verdade, têm suas particularidades, e estão ligadas a visão e a ideologia dos seus emissores, o que de certa forma limita o aprofundamento e a proximidade da verdade factual. A finitude da verdade fica a mercê da infinitude das histórias narradas.
O receptor é consumidor de histórias e não de verdades. É moldado pela história que consome, e que consequentemente forma sua visão de mundo, sua ideologia, a forma como concebe a realidade. A verdade é o resultado das CONCEPÇÕES INFINITAS.
Na era do conhecimento, paradoxalmente, vivemos uma das maiores crises que a informação já conheceu. A humanidade corre o risco de ser a mais desinformada de todos os tempos. Estamos vivendo a era do consumo exacerbado de histórias, que tornam a realidade uma barafunda, minando completamente o senso crítico das novas gerações.
Por mais problemáticas que pareçam, as mídias tradicionais e especializadas (rádio, televisão, impresso), que também se adaptaram ao digital, são os melhores e mais confiáveis meios de se informar sobre a verdade.
Atualmente, como qualquer pessoa, sem nenhum tipo de formação técnica, pode reportar a verdade por meio de sua imparcialidade duvidosa, fica difícil o desenvolvimento do senso crítico por parte dos cidadãos.
A verdade sempre foi manipulada, todos sabemos, mas hoje convivemos com manipuladores de procedência desconhecida.
As Fake News são as maiores responsáveis pelo que eu chamo de ANTONÍMIA MIDIÁTICA, ou seja, a disseminação de VERDADES FALSAS, que tem grande influência sobre a opinião pública.
Por mais que a verdade possa ser manipulada, nós os grandes consumidores devemos ter discernimento para separar a manipulação da mentira. A mentira não é beligerante, mas pode ser tão destrutiva quanto, pois deixam seus receptores semelhantes a uma horda de mortos vivos, como vemos no cinema. Pode ser uma hipérbole, mas nestes dias não fica difícil de se identificar com os zumbis do longa-metragem Guerra Mundial Z, protagonizado por Brad Pitt. Por meio deste exagero e ficção, talvez possamos entender melhor a nossa realidade.
Sendo assim, parece que o otimismo do filósofo, sociólogo e pesquisador em ciência da informação e da comunicação, Pierre Levy, está bem longe do que realmente estamos vivendo:
“Não são as minorias que se opõem as mídias digitais, e sim as organizações, cujas posições de poder, os privilégios e o monopólio, sobretudo em relação a soberania sobre a construção de mensagens, discursos e significados encontram-se ameaçados pela emergência dessa nova configuração comunicacional."
Na atual conjuntura, parece que estamos mais próximos do pessimismo do escritor, professor e filósofo italiano, Umberto Eco, falecido em 2016, que concluiu: “As redes sociais deram voz a uma "legião de imbecis", que antes não prejudicavam a coletividade.”
por Ricardo Bressan
quinta-feira, 6 de agosto de 2020
AS FALÁCIAS DO MUNDO SUSTENTÁVEL
Como no regime comunista e capitalista, o conceito de sustentabilidade, também, carrega seus argumentos e premissas falaciosas, com o objetivo de perpetuar os interesses da classe dominantee
São comuns os nossos discursos carregados de alteridedade, altruísmo e solidariedade, mesmo que em nossas ações cotidianas essas práticas sejam tão pífias, como define o pensador darwinista Richard Dawkins: “Como indivíduos, não raro, nos comportamos de forma egoísta. Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar.”
Quando se pergunta às organizações e aos cidadãos o que eles entendem por sustentabilidade, as respostas, quase sempre, submetem-se ao descarte responsável, reciclagem, redução da emissão de CO2 e do desmatamento desenfreado, consumo de produtos orgânicos, entre outros.
Na minha ingênua opinião, as premissas adotadas por essa filosofia são formas de perpetuar a manutenção dos interesses espúrios do capital.
A mudança não virá da “ECOBOLHA”, que produz pão artesanal e acha bonito pagar caro para comer alimento orgânico. Para mim, isso tem outro nome: VIABILIZACÃO DA MISÉRIA.
Só teremos uma sociedade melhor, quando todos puderem pisar com dignidade nesta Terra, que oferece tudo o que precisamos. Cabe a nós reivindicarmos os recursos necessários, para que isso um dia venha a se concretizar.
A razão de ser sustentável não está atrelada a tentativa corporativista e frustrante de ser GREEN. É essa visão fantástica e rasa que esvazia o verdadeiro sentido da sustentabilidade.
É bom lembrar que as políticas ambientalistas, que por hora são adotadas, abrem as portas para se praticar o protecionismo contra produtores brasileiros, favorecendo concorrentes nos mercados internacionais.
Há que se cuidar para combater a destruição do meio ambiente, evitando que a agropecuária brasileira seja criminalizada.
A melhor forma de viver e tomar ações de forma sustentável é ouvir e respeitar os povos originários da nossa terra, que lutam há séculos para preservar nossos biomas.
Viver de forma sustentável é investir nas ideias que nascem e morrem nas favelas e periferias do Brasil. É contratar e promover as minorias. É criar oportunidades para que elas liderem a mudança. É fazer com que o dinheiro – meio de troca tão poderoso no mundo do capital – circule entre aqueles que sofrem mais com o sistema. É exigir por parte do Estado a reforma agrária e urbana, a taxação de grandes fortunas, protestar contra o desmonte do Estado, ou adoção do Estado Mínimo. O desafio é enorme, mas enquanto as prerrogativas da mudança partirem do verticalismo indômito da minoria abastada, responsável pela manutenção do poder, continuaremos chafurdando na inconsistência de conceitos retrógrados.
quarta-feira, 8 de julho de 2020
HIPOCRISIA
Que chegue o dia em que vamos bradar: