terça-feira, 4 de março de 2025

FELIZMENTE ANORA É O FILME DO ANO, PARA OS BONS E MAUS ENTENDEDORES

É de uma ignorância e injustiça, sem tamanho, os ataques que estão desferindo à premiação do Oscar, contra o filme e atuação de Mikey Madison, em Anora. O longa foi vencedor da Palma de Ouro, em Cannes. Madison já havia ganhado o Bafta e o Independent Spirit Award de Melhor Performance Principal. Nas duas ocasiões, a atriz desbancou as suas concorrentes, entre elas, Demi Moore, e ninguém disse nada. Fernanda Torres, antes da premiação, já tinha se pronunciado, quanto a atuação da jovem atriz: “Mikey Madison. Quem viu Anora aqui? Tem que ver. Essa mulher tá incrível! INCRÍVEL!” Na maior celebração do cinema mundial, alguns resolveram atacar a atriz de forma misógina, também, acusando a Academia de ser etarista e de oprimir as mulheres de meia idade. Alguns até disseram que a obra de Sean Baker é ruim e machista, sendo que, para os bons entendedores é o contrário. Como disse PH Santos, grande comunicador e crítico de cinema: “deixaram de tratar arte como arte, para tratá-la como uma corrida de cavalos”. O Oscar, como outros eventos cinematográficos, é uma celebração, não uma competição. Assisti aos filmes. Achei a atuação de Madison tão boa, quanto as da Fernanda e de Moore. A Academia seguiu uma progressão. Uma obra que levou os prêmios de melhor roteiro, direção, edição e filme, com certeza tinha que ter o primor de uma atuação impecável. E isso não faltou a Mikey Madison. Todos os prêmios recebidos por Anora foram merecidos. Ele ter ganhado o Oscar, fala muita coisa. Fala sobre um cinema que a gente precisa aprender a respeitar mais, que é o cinema independente. Ver um longa de 6 milhões de dólares ganhar de outros multimilionários, é ver que se valorizou a arte, ao invés, do mero entretenimento. Precisamos parar com essa ideia de que um filme é grande pelo seu orçamento. Quem ganhou foi Anora, lindo na sua simplicidade e contundente na sua complexidade. Trataram a celebração como uma competição de futebol, onde vemos todos os tipos de violência, direcionados ao adversário, de xingamentos racistas e xenofóbicos à violência gratuita.

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