Para refletir sobre comunicação interna e como ela pode trabalhar em sinergia com o RH das organizações, com objetivo de alinhar seus colaboradores a uma cultura sustentável, há que se fazer uma pequena divagação sobre como vejo o conceito de sustentabilidade.
Uma forma muito simples de entendê-lo é ligarmos a sua execução à palavra alteridade. Sem ela não há altruísmo e empatia com os públicos de interesse, não há como enxergarmos as suas necessidades dentro do organismo social, do qual fazem parte.
É
primordial que a comunicação, seja ela a institucional ou a mercadológica,
esteja alinhada ao modelo de gestão.
A
ideia é a conexão aliada à ação de forma ubíqua a todos os setores ou áreas
organizacionais, com o objetivo de transmitir uma mensagem uníssona. Como num
quebra-cabeça, só se chega à perfeição, ou melhor, mais próximo dela, se as
peças estiverem conectadas.
É cada
vez mais comum vermos minorias sociais saírem de seu lugar de submissão e da
condição de devedoras perante as organizações, para o papel de credoras
potenciais de uma nova configuração que beneficie a sociedade como um todo.
Nessa conjuntura, organizações devem se alinhar a um sistema de compensação que
concilie o retorno financeiro às demandas sociais e ambientais.
Por onde começar a mudança?
Utilizo-me
de uma afirmação feita pelo Papa Francisco, em uma de suas aparições públicas,
para contextualizar como acredito que deveria ser o posicionamento de qualquer
instituição no que tange ao planejamento estratégico de comunicação para a
sustentabilidade, tendo como ponto de partida a comunicação interna: “Os
protagonistas da igreja são os fiéis e não a hierarquia.
Acredito que a grande dificuldade do RH e da Comunicação interna é não interagir e não se integrar mutuamente, e nem à cultura e aos valores da corporação voltados para a sustentabilidade.
O
ideal é que recrutem, ou melhor, eduquem agentes reprodutores de conhecimento e
não vejam seres humanos como meros robôs reprodutores das reminiscências do
automatismo organizacional.
Na
maioria das vezes, as altas lideranças promovem uma gestão de gabinete e não
tomam ciência do que acontece nos bastidores das mais diversas áreas e setores
da organização. Querem os resultados em vez de se unirem como uma família
saudável em busca do bem e objetivos comuns. Vivem como casais acomodados em um
infinito embate de personalidades. Não buscam o diálogo, a apuração, a
investigação, o conhecimento histórico daquilo que os circunda. Não percebem
que os resultados virão de uma verdadeira gestão do conhecimento ou do
relacionamento com seu entorno.
Altruísmo,
pensamento coletivo, apreender o outro, ouvi-lo, interagir; deveriam fazer
parte de suas preocupações de caráter interno (forças) e não só se limitarem à
emissão de mensagens aos seus colaboradores que reforcem uma
"relação" vertical e autômata. Esse deveria ser o objetivo maior da
comunicação interna em parceria com o RH.
Focadas
num modelo de comunicação interativa e dialógica aliada à gestão, as
organizações teriam mais segurança e firmeza na tomada de decisões.
Mais
do que comunicados gerenciais ou da alta cúpula, os canais de comunicação
interna e suas peças deveriam ter como objetivo integrar a família corporativa
em conjunto com o RH da empresa, ou seja, utilizar a interação e a troca de
conhecimento como meios para diagnosticar e reformular processos e operações
para obtenção de resultados perenes.
Para
isso é imprescindível a participação de todos (independente de hierarquia ou
área de atuação), tirando-os do automatismo, enxergando-os como produtores de
ideias e conhecimento.
A
valorização da potencialidade humana diminui o absenteísmo e o turnover,
permitindo que as organizações mantenham seus colaboradores alinhados à cultura,
aos valores, à missão, à visão e à estratégia organizacional. Sendo assim, a
imagem passa a refletir o fortalecimento da identidade institucional.
Um
modelo moderno de gestão não deve se ater somente a transmitir informação, mas sim,
a criar um ambiente compensatório em que os colaboradores possam discutir e
questionar as informações.
Acreditar
que as soluções estão exclusivamente sitiadas no alto escalão é um erro. Os
líderes devem perguntar e não só dar respostas, pois quem está no dia a dia das
operações tem mais conexão com a realidade dos fatos.
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