segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Marx e o labirinto da utopia


O humanismo em Marx é o tema do livro que o jornalista Francisco Viana lança hoje, em uma noite de autógrafos na sede da Academia Paulista de Letras. O livro, com o título Marx e labirinto da utopia, formula uma questão que emerge da atual crise econômica internacional: Karl Marx superou a utopia socialista e comunista do século XIX ou criou uma nova utopia?


Em outras palavras, o dilema situa-se entre a utopia revolucionária e a reforma social. No ponto de partida, Viana faz emergir as lutas sociais na Europa do século XIX: envolve a emancipação humana do trabalho como mercadoria, de um lado, e de outro, os utopistas clássicos – Charles Fourier, Saint-Simon e Robert Owen – na busca da dignificação do trabalho. Mas, ambos, perseguindo a construção de uma nova sociedade, com o homem autenticamente livre e senhor do seu destino.


Distante da utopia como impossibilidade, que como o autor registra, foi um conceito que ganhou força para desmobilizar os movimentos sociais, o livro procura mostrar que Marx e os utopistas foram, acima de tudo, humanistas autênticos. “Todos se interrogaram quanto a antecipação do futuro, sem a exploração do homem pelo homem, sonho perseguido deste a Grécia Antiga e que ganhou intensidade no Renascimento”, analisa Viana. “Trata-se de uma vontade que hoje se encontra sufocada pelo consumismo, mas que está ressurgindo e vai ganhar força crescente com os movimentos a favor da democracia real. O importante, e nós vamos conquistar, é construir uma democracia participativa, como a grega, só que sem a divisão entre senhores e escravos. Todos temos que ter direitos iguais”

Fundamentado na visão de futuro que emerge da construção do presente, Viana situa pensamentos e ações dos movimentos socialista e comunista, hoje esvaziados por força das próprias contradições, mas que tendem a ressurgir como desdobramento do exercício democrático. Ele traz a luz o caminho percorrido por Marx até cunhar o conceito de “ditadura do proletariado”, com base na dura repressão do poder vigente à Comuna de Paris, revela o alcance da condenação da civilização por Fourier e o sistema de integração de industriais, banqueiros e trabalhadores de Saint-Simon e detalha as ações de Robert Owen. Este último, reformador que mudou a face do capitalismo inglês, antecipando-se à educação dos seus operários, a condenação, na prática, ao trabalho infantil e a instauração do sistema cooperativa. 

Dentro dessa perspectiva, ele pergunta se Marx e os utopistas não perseguiam o mesmo objetivo por caminhos diversos? Seja qual for a resposta que o leitor encontre, o importante é que todos, Marx e os utopistas, eram humanistas e perseguiam a construção do humanismo real como homem sendo arquiteto e beneficiário de uma sociedade humana para seres humanos. Exatamente o que vem ganhando corpo com movimentos na Europa e nos Estados Unidos e, também, no Brasil.    


Viana é autor da trilogia “De Cara com a mídia”, “Comunicação Empresarial de A a Z”, “Hermes, a Divina Arte da Comunicação”. Marx e o labirinto da Utopia, lançado pela editora Biblos, do Jornalista Luciano Martins,  pode ser encontrado no site da Amazon nas versões digital (Kindle) em papel.



Lançamento:
Dia 25/11/2011
Horário: 19h:30
Local: Sede da Academia Paulista de Letras, Largo do Arouche, 324, São Paulo.
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