sábado, 11 de outubro de 2014

A técnica não determina nossas vidas, mas a condiciona

Pierre Lévy, um dos grandes pensadores da atualidade:
"uma técnica é produzida dentro de uma cultura. E uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas, tecnologias".
Ele diz: condicionada, não determinada.
"O ciberespaço, dispositivo de comunicação interativo e comunitário apresenta-se justamente como um dos instrumentos privilegiados da inteligência coletiva (...)
O ciberespaço não determina automaticamente o desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta inteligência um ambiente propício.
De fato, também vemos surgir nas redes digitais interativas diversos tipos de isolamento e sobrecarga cognitiva (estresse pela comunicação e pelo trabalho diante da tela). Dependência (vicio na navegação ou em jogos em mundos virtuais).
As verdadeiras relações não são criadas entre a tecnologia (que seria da ordem da causa: determinante) e a cultura (que sofreria suas consequências), mas sim entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem, se utilizam e interpretam de diferentes formas a tecnologia". Aqui no caso, a digital.
Não são as minorias que se opõem as mídias digitais, e sim as organizações, cujas posições de poder, os privilégios, e monopólio, sobretudo em relação a soberania sobre a construção de mensagens, discursos e significados (signos) encontram-se ameaçados pela emergência dessa nossa configuração comunicacional.
Nem tudo que é feito nas redes digitais é bom. Seria tão absurdo quanto dizer que todos os filmes são excelentes.
A verdadeira questão não é ser contra ou a favor dessa tecnologia, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas nas construções de significado interativas.
O ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural.
Dessa forma seremos capazes de atrelar essa nova tecnologia dentro de uma perspectiva humanista, aliando a técnica ao conhecimento, de forma dialógica, interativa e democrática (principal característica das redes digitais).

A era da transparência: a projeção da marca por meio do fortalecimento institucional (identidade)

Na década de 90, a ideia de VENDER deixou de ser tirar pedido e distribuir mercadorias e passou a ser um sofisticado processo de sedução ao consumidor, criado por um conjunto de atividades de comunicação mercadológica.
Esse ciclo vem se esgotando desde o início dos anos 2000, quando a Europa e os EUA perceberam que o consumo pela sedução seria cada vez mais rejeitado dentro do organismo social, que a simples atração por um filme de publicidade deveria ser trocado por um relacionamento de franqueza, honestidade, respeito e dedicação entre seus Públicos de Interesse e a Marca.
Era um novo tipo de comunicação que nascia.
O Brasil está pelo menos 10 anos atrasado nesse assunto.
Aqui com o modelo de negócios da mídia, associado com a força das agências de publicidade, ainda se acredita que "a propaganda é a alma do negócio", ou seja projetar imagem, e não fortalecer identidade,
Eliminar a velha estrutura de Marketing para dar início a uma estrutura organizacional que se baseia no fortalecimento institucional, é a prova definitiva do caminho sem volta do processo de mudança das atividades de comunicação das empresas: alinhar todos os setores organizacionais ao modelo de negócios (cultura, valores, missão e visão)
O verdadeiro líder deve entender que seu real papel dentro da organização não será só o de ter ideias isoladas, mas, sim, o de analisar toda sua estrutura para fazer aquilo que a Marca necessita para tirar as empresas brasileiras do pensamento atávico advindo da metade do século XVIII e introduzi-las no Século XXI.
Acreditar que as soluções estão exclusivamente sitiadas no alto escalão é um erro.
Os líderes devem perguntar e não só dar respostas, pois quem está no dia a dia das operações tem mais conexão com a realidade dos fatos.

A intolerância e a falta de harmonia são consequências de fundamentos ortodoxos

Como seres humanos somos únicos, temos defeitos e qualidades, independentemente de etnia, credo e opção sexual.
Cabe a cada um ter a percepção para remover defeitos, agregar e potencializar valores.
A grande dificuldade dentro do organismo social está em respeitar as diferenças e romper com os tabus.
Para evoluir é imprescindível compreender a história, a cultura e a crença dos povos de forma dialógica e empírica.
A maldade é consequência da ignorância (preconceito), do egoísmo e da avareza de poucos.
A "cegueira" advém da crença social nos discursos e mensagens ideológicas e falaciosas, ou seja, na falta de entendimento ou negligência das causas primárias.
Deveríamos buscar o conhecimento humanístico, a essência das coisas.
“A descoberta final é que somos fundamentalistas. Esses fundamentos são os sapatos com os quais caminhamos pela vida.
Embora úteis, não deixam de ser uma superfície artificial que nos isola do solo vivo. Sair da construção desses fundamentos nos faz conhecer o alivio e a possibilidade de expansão. E aí, muito além do conforto do sapato, podemos conhecer o que é ‘santo’, o que é essencial.” Nilton Bonder