quinta-feira, 25 de julho de 2013

METAMORFOSE: CAPITALISMO + SISTEMA DE COMPENSAÇÃO


                               


Estamos em meio a uma evolução social, significativamente importante, da qual todas as organizações deveriam fazer parte. Numa nova configuração de valores e de mudanças de paradigmas, estreita-se o espaço dicotômico entre organizações e sociedade, onde se exige, cada vez mais, uma DIALÉTICA COMPENSATÓRIA.

O MARKET SHARE, nos dias de hoje, não é mais tão dependente somente da qualidade dos produtos, serviços e publicidade, mas sim da capacidade de se projetar frente aos anseios dos públicos de interesse muito mais informados e conectados à complexidade do funcionamento organizacional


Corporações devem reaver estratégias e posicionamentos de seus modelos administrativos respeitando normas legais, sociais e ambientais, não só por simples respeito, mas como parte da evolução do organismo social como meio de sobrevivência. Portanto, que se vejam dependentes de um SISTEMA DE COMPENSAÇÃO, ou seja, de um sistema onde não há mais espaço para desapropriação do tempo social, puro e simplesmente para obtenção de resultados imediatistas do regime capitalista. A nova necessidade e a de abertura de espaços  compensatórios que respeitem a individualidade das minorias, equilibrando retorno financeiro com as demandas sociais e econômicas.


METAMORFOSE




“No campo do DIREITO DAS OBRIGAÇÕES , A COMPENSAÇÃO é uma forma de se extinguir uma OBRIGAÇÃO em que os sujeitos da RELAÇÃO OBRIGACIONAL são, ao mesmo tempo, CREDORES E DEVEDORES.”  Pablo Stolze Gagliano


Em artigo publicado, em 17 de janeiro de 2013, “Mais do que prática, a SUSTENTABILIDADE é um PROCESSO EVOLUTIVO DA SOCIEDADE”,   comento sobre a origem deste conceito e da amplitude de sua significação, ficando mais claro para a sociedade os objetivos espúrios e ególatras das organizações, em detrimento das necessidades dos seus públicos de interesse, para não dizer de toda a humanidade .

Como qualquer organização, a pública tem como obrigação prestar serviços de qualidade a todos seus stakeholders, ou seja, à sociedade.

Devemos pagar impostos para que tenhamos serviços de qualidade à nossa disposição e não o inchamento deles para suprir o hedonismo ou corrupção daqueles que detém o poder público. Taxas de impostos exorbitantes para empresas e cidadãos são o que realmente inibem o desenvolvimento econômico e social. Empresários deixam de pagar salários e benefícios justos, pois essas medidas coíbem a mais valia, que é a razão de existir das organizações privadas, por mais solícitas que sejam às reivindicações de seus colaboradores e públicos de interesse.

Tudo isso se resume a um SISTEMA DE COMPENSAÇÃO, onde todos os que fazem parte do organismo social são CREDORES E DEVEDORES. Se todos são devedores, sejam cidadãos, organizações governamentais ou privadas, também são credores.

Sendo credoras, as organizações (qualquer que seja seu segmento) são também devedoras dos serviços e produtos destinados aos seus públicos de interesse, que esperam delas compensações, longe de serem análogas as imagens transmitidas a eles.

Isso se dá também na relação de poder entre O ESTADO E O PRIVADO, algumas ENTIDADES DE CLASSE e ONGS que se digladiam por compensações e lobbies especulativos em detrimento do bem comum da nação.

Nos dias de hoje, o capitalismo neoliberal apresenta seu esgotamento, gerando crises constantes e mais contundentes por não se enquadrar a um SISTEMA DE COMPENSAÇÃO.

Como dito em artigo escrito pelo jornalista Francisco Viana “transitamos de uma sociedade meramente consumista, pura e simples, para uma sociedade politica”.

A crise de 2008 nos EUA, a que atingiu a Europa e as mais recentes crises politicas no Egito e no Brasil, não demonstram que o capitalismo é um regime falido, já que todos os outros se mostraram ineficazes, mas  que necessita de ajustes e reformulações ao que tange cultura, valores, missão e visão. Vou mais além: essa crise tem como marco inicial o atentado ao Word Trade Center em Nova York, mostrando o esgotamento de uma política econômica e social excludente que gera, por consequência, o ódio em povos miseráveis, fundamentalistas e pouco instruídos, levando-os a ações violentas e genocidas. A GUERRA AO TERROR foi mais um signo para encobrir as mentiras e as conseqüências de um regime que há tempos precisa ser reformulado, com mudanças paradigmáticas que consolide um REGIME DE COMPENSAÇÃO.      

Ricardo Bressan