sexta-feira, 17 de julho de 2015

A garrafa de rum


Acabo de voltar de viagem, e como de costume sempre trago de lembrança algum agrado material para entes e pessoas queridas. Desta vez, trouxe uma garrafa de rum, bebida tradicional do país que visitei, para o Dário, zelador do prédio, onde mantenho meu escritório. Já havia presenteado algumas pessoas, que apesar dos agradecimentos - não que eu esperasse nada em troca -, nenhuma delas foi tão enfática em demonstrar sua satisfação e sua felicidade por ter sido lembrada, como o zelador. 

Eu disse a ele: - Beba neste fds hein!!! 

Ele respondeu: - Jamais! Vou deixar guardado lá no barzinho da minha casa, como lembrança de um grande amigo. Imagina, lembrou de mim, enquanto viajava. Fiquei muito feliz com isso. 

Onde quero chegar? 


Dário, não é uma pessoa pobre ($), ganha três salários mínimos por mês, sua esposa e filhas trabalham. Ele mantém um bom carro para passear com a família aos fds, e para viajar todos os anos, como a maioria das famílias de classe média brasileira. Portanto, na minha opinião, neste caso, por exemplo, Dário tem um bom padrão de vida, mas tem limites para gastar. Fica claro, pelo menos para mim, que, quando, o indivíduo tem limites para o consumo, mais humano e rico de espírito ele se torna. Na verdade, o que me parece, é que, quanto mais "limite" de capital tem as pessoas, ou seja, menos condicionadas à avidez do consumo, mais humanistas, altruístas, sensíveis e menos míopes para enxergar a verdadeira e a maior riqueza do mundo: o ser humano.

A transgressão transcende nossas maneiras de pensar e enxergar o Mundo


O "equilíbrio" não está na aceitação do condicionamento impositivo, mas sim, por meio da transgressão dele. Só desmistificando, arrancamos as máscaras corruptoras e manipulativas. Só apurando ou investigando nos aproximamos de uma REALIDADE SIGNIFICATIVA. Por meio do diagnóstico, não encontramos a cura, mas podemos nos aproximar dela, tomando ações efetivas.

Altruísmo e alteridade: questões de bom senso


Quem vê o mundo, com menos avaro, é mais simples e eficiente, tem alteridade, ouve e enxerga com mais facilidade ao seu redor, tem ganhos substanciais e significativos. Quanto mais se usufrui, e menos se conduz a vida por meio do prazer imediato e descartável, daquilo que tem mais durabilidade do que a conveniência ególatra, mais profícuos e maduros os resultados da existência humana. O limite de vínculos externos e estereotipados aproxima as espécies. Podemos ser condicionados e persuadidos por uma memética egoísta, mas temos condições de não obedecer a ela.

Condicionamento x inversão de valores


Somos seduzidos, persuadidos, dia a dia, pela exterioridade, que correspondemos com nossa avidez consumista, condicionada de acordo com nossas externalidades, as quais nos fazem perder o controle sob a vida. Para que as administremos com qualidade, temos que internalizar e priorizar a inversão de valores, ou melhor, priorizar o que vem de dentro, e não ceder às mensagens persuasivas que corroem a audição e a visão ao nosso redor. Assim, deixamos a simplicidade de lado e priorizamos a "complexidade" do senso comum. Quando mais complexa a vida e a exigência ególatra da exterioridade condicionada, mais tristes e insatisfeitos ficamos com ela. Transformemos nossas visões e missões, transcendamos nossos velhos padrões e defeitos de caráter, e nos moldemos de forma mais altruísta, dialógica e humana. Deixemos de lado a mecânica que nos condiciona e nos torna seres infelizes, para uma memética que opere uma mutação na maneira do SER e de VER o MUNDO. Voemos, nos libertemos.

Somos complacentes e não resilientes


É Fantástica a nossa complacência com os grandes meios de comunicação, a nossa falta de alteridade e altruísmo. Os indivíduos são análogos, e se diferenciam pela falta de escrúpulos, pela falta de humanismo, pela falta de assertividade e resiliência para realmente se modificarem. Para sermos humanistas devemos nos enxergar no outro, o que não fazemos de forma alguma, pois só vemos aquilo que nos convém, ao que estamos condicionados. Nos eximimos da culpa ou qualquer responsabilidade social, pois temos a "ratificação" da sociedade do espetáculo que "justifica" nossa egolatria e o nosso modo maniqueísta e excludente de enxergar o mundo.

Verdade absoluta?


"VERDADE ABSOLUTA" é uma comodidade muito rara e perigosa no contexto do jornalismo profissional." Hunter S. Thompson 

Identificar-se como jornalista altera ainda mais a realidade dos fatos, ou melhor, dificulta uma maior proximidade com a VERDADEIRA realidade dos fatos, segundo o "jornalismo gonzo", estilo concebido e defendido pelo falecido jornalista Hunter S. Thompson. 
Fui a uma excursão de bugs e quadriciclos à região de Cumayasa, que fica entre as cidades de San Pedro de Macorís e La Romana, na República Dominicana, e vi como funciona a metafísica e a filosofia capital - nenhuma novidade: o óbvio - que resume a essência egoísta da humanidade: turistas fascinados pela paisagem exótica da falácia capitalista. Acompanhado de uma mínima lucidez, percebia-se a devastação das plantações executadas por retroescavadeiras, em detrimento da agricultura familiar, que sustentava aquela comunidade. 

Image result for grupo piñeroO "trabalho eficaz" do Grupo Piñero, presente em diversos países de língua espanhola, aqui na região, executa essa destruição para a construção de redes hoteleiras e condomínios. A barbárie perpetrada pelas industriais e pelo agronegócio por meio das construções de mensagens e discursos mercadológicos consolidam o condicionamento, a cegueira, a falta de alteridade e de altruísmo dos indivíduos. Conversei com Jocelyn, 23, guia do passeio. Ele me disse que a maioria desse povo ficou sem condições de trabalho por não conhecer outras línguas, indispensáveis para interagir com os turistas. Enfim, a economia da República Dominicana depende, quase exclusivamente, da produção e exportação de açúcar entregue nas mãos dos latifundiários. Além da cana, também cultivam café, algodão, banana, abacaxi, fumo, arroz, feijão, coco, cacau, mandioca, milho e tabaco, o resto está entregue nas mãos dos cartéis: construtoras e redes hoteleiras. ‪#‎alteridade‬ ‪#‎altruismo‬

A melhor forma de conviver com o capital é se desprendendo dele


A obsessão e a compulsão do ser humano pelo acúmulo e aquisição de bens materiais o impede de "SER". Se utilizasse o valor de troca ($) para usufruir das abstrações da vida, não potencializaria a sua estupidez, e sim, a riqueza da sua alma. A troca espiritual, emocional e a humanística são as melhores e as maiores riquezas que os seres humanos podem ter. Por meio delas, nos tornamos menos egoístas e avarentos. Investir em cultura e conhecimento diminuiria a estupidez humana, concomitantemente com sua avidez condicionada pelo consumo. Se assim fosse, o "SER" amenizaria o "MUNDO CAPITAL", que vai ser sempre de natureza egoísta e não altruísta. Faz parte da sua memética, já consolidada. Cabe a nós, como indivíduos, nos modificarmos, pois o capital gira em torno de nós, e não nós em torno dele. Não temos como controlar o que é incontrolável. Temos como administrar o que é administrável. Temos como viver e não sobreviver. E não falo de uma "sobrevida capital", mas de uma vida dialógica e humanística, que assimile valores por meio de intercâmbios culturais e não somente valores materiais. Somos técnicos demais, humanos de menos, ou seja, autômatos por natureza.

A Verdade por trás do turismo estereotipado

Eu, em minha primeira vez, na República Dominicana, abstenho-me de falar dos aspectos negativos deste país, que em poucas palavras se resume à especulação dos grandes cartéis imobiliários e construtoras (as redes hoteleiras, para ser mais específico) que consomem cada peso e cada dólar dos "turistas" habituados à CEGUEIRA PSICOSSOCIAL. Falemos do VERDADEIRO TURISMO, com o qual não estamos acostumados.

No mar do Caribe há muito mais a ser explorado e admirado do que suas lindas águas azuis, fauna e flora, e belas fotos que retratem tudo a esmo. Conhecemos D.Maria que vive com filhos, sobrinhos, netos e mais, às margens da mata virgem de um rio. Ficamos fascinados com a riqueza de espírito e a simplicidade dessa senhora e seus familiares, desconectados deste MUNDO PADRONIZADO. Não vivem a pobreza, vivem num MUNDO À PARTE onde não saberíamos viver, devido à nossa natureza egoísta. Na maioria das vezes, confundimos miséria com simplicidade, pois nossos espíritos e visões são condicionados e corrompidos pelas futilidades atávicas da exterioridade autômata de um MUNDO FALACIOSO. Outro casal, que nos acompanhava, estereótipo do turista, ou seja, do TURISMO COMUM, estavam cegos à beleza que os circundava. Não assimilavam, não eram dialógicos, e muito menos humanistas com a cultura do povo com o qual "interagiam". Nossas máquinas fotográficas registraram o mesmo momento, sob ópticas diferentes.

O valor da interação x a escravidão da vontade própria


"Entenda-se por interação algo totalmente distinto de controle. Controlar é a tentativa de fazer pender para o domínio da vontade pessoal, enquanto que interagir é entregar o mando a outra vontade que não a sua. Em vez de nos ameaçar ou fazer com que nos percamos, a interação nos traz o encontro até nós." Nilton Bonder


A viagem: diversidade do verdadeiro turismo

O verdadeiro turismo, não é formado apenas por registros fotográficos - pela arte concreta e estática - mas, também, pelo diálogo com os povos. Ele não é análogo à rotina costumeira do turismo comum, que desdenha o enriquecimento do indivíduo proporcionado pela historicidade e pelo conhecimento humanístico de uma peregrinação. O turismo para turistas é estrategicamente mapeado, ou seja, repleto de lugares e hábitos comuns, que desdenham a essência e a complexidade cultural de uma determinada região. Nos acostumamos com o costumeiro, e esquecemos que podemos viver a complexidade de um mundo a parte, assimilando e fortalecendo nossas identidades por meio do "ócio criativo".

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Valores adquiridos pela convergência cultural

Os valores da humanidade só serão enriquecidos, modificados e entendidos, se invertidos pela inter-relação impactante com o outro, assimilando seus posicionamentos, ensinamentos, entendendo sua história, seus costumes culturais como diferenças, e não como divergências (por mais dominadoras e imperialistas que sejam, as culturas de algumas nações, não devemos ser intolerantes, e sim resilientes). Só assim, nos modificaremos; sendo tolerantes, por meio de novos atributos, adquiridos pelo entendimento e pela convergência cultural.

Interação x isolamento

Não temos controle sobre o futuro, quanto mais tentamos controlá-lo por meio de decisões e ações isoladas e ególatras, mais ele se desgoverna. As mudanças salutares e o amadurecimento se faz por meio das interações e não de resoluções isoladas. Esta falta de entendimento, nos faz sair dos trilhos. Uma vez descarrilhado, o futuro não é incerto, é desastroso.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O método organizacional sui generis




O método organizacional sui generis (único), seja ele governamental ou privado, é atávico e impositivo. O meme - código cultural - que o conduz é difícil de ser substituído por uma outra filosofia, pois possui conceitos fortes e consolidados.

A evolução gradual dessas premissas, tornaram-se axiomáticas, causando um aterrorizante pesadelo às minorias desprovidas de recursos capitais.

O que importa aos governos e às organizações privadas é o monopólio, hoje oligopólio, que não se importa com os seres humanos. Independente de suas condições psicossociais, os indivíduos são pressionados por meio da arma organizacional mais eficiente: o assédio moral.

Assim, opera o capital: de forma vexatória à condição humana causando, por muitas vezes, danos psicológicos irreparáveis. "Líderes" mostram-se como verdadeiros dilaceradores de cérebro.

Apesar do contexto metafórico, o método é utilizado literalmente para impor a estratégia e a execução da liderança de origem criminosa.






A organização do crime tem o mesmo objetivo: manter seu market share por meio da concorrência e da disputa de mercado. Al Capone e Bugs Moran, por exemplo, operavam seu capital, seus negócios ilegais, com metralhadoras e bastões de beisebol servis (seus instrumentos de persuasão) com o mesmo objetivo: a disputa e a preferência do mercado. Sendo assim, a dificuldade está na causa, e não no efeito.

A sociedade funciona conforme as regras do capital, e não, o contrário: o capital em conformidade com as necessidades da humanidade.

Sistema organizacional transversal

O que falta às organizações é um brainstorming generalizado que integre os seus setores compartimentalizados a uma cultura, missão e visão unificadas à técnica, à historicidade, ao humanismo e a um método dialógico. 

Enfim, que extinga a setorização por meio de uma interação transversal que quebre a relação verticalizada, autômata, egocentrada e centralizada por paradigmas retrógrados, que camuflam a ação criativa e os principais potenciais de crise, que podem ser cortados pela raiz, se diagnosticados e seguidos de um planejamento estratégico eficaz, e principalmente, transparente.