quarta-feira, 3 de abril de 2024

PERSUASÃO E CONTUNDÊNCIA DO DISCURSO FACISTA

O poder da comunicação conservadora, que agiu nos bastidores, durante um tempo, preparando o grande golpe contra as instituições democráticas, foi bem sucedido, com a ascensão da extrema direta e sua consolidação ao chegar à presidência. Repetiu-se a receita e a lógica do golpe de 64. O discurso ou a mensagem-chave, que acreditava se ter superado volta a tona, não mais articulado somente pela mídia tradicional (impresso, radio e televisão), e sim pela comunicação digital, desregulada, emitida por qualquer um, tornando-a muito mais perigosa e ameaçadora, pois é produzida por emissores que não se preocupam com a verdade factual, e sim com a recepção e a assimilação do seu discurso pela opinião pública. A lógica particular e subjetiva do discurso facista convence, principalmente, a classe média, de que a ascensão das minorias é uma ameaça ao bem estar da sociedade, que se resume, àqueles que estão no topo da pirâmide, ou seja, nos andares de cima do edifício social. Sendo assim, as classes médias tem sido bombardeadas pelos discursos das fake news, que como em 64, têm provado seu poder de convencimento, com discursos preconceituosos, principalmente racistas, misóginos e homofóbicos, que são reproduzidos massivamente pelas mídias digitais, por várias entidades civis, e principalmente, por instituições religiosas reacionárias. Dessa forma, os que estão na base da pirâmide se sentem cada vez mais vulneráveis, desprotegidos e ameaçados. Essa realidade continua em voga, pois mesmo com a volta da esquerda ao governo federal, esse tipo de comunicação continua sendo extremamente persuasivo, contundente e ameaçador.