segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Presidente do Banco Santander é investigado por fraude fiscal

Emilio Botín, 76 anos, é a 10ª pessoa mais rica da Espanha, com uma fortuna calculada em 1,5 bilhão de euros

Presidente do SantanderMadri - A Audiência Nacional, a máxima instância judicial espanhola, anunciou nesta quinta-feira o início da investigação de Emilio Botín, presidente do Santander, o primeiro banco da Eurozona, e membros de sua família por um suposto delito de fraude fiscal.

A investigação afeta Botín, seus cinco filhos (entre eles Ana Patricia Botín, diretora geral da filial britânica do grupo), assim como seu irmão Jaime Botín (que também é suspeito de ter falsificado documentos) e seus cinco filhos.
Emilio Botín, 76 anos, é a 10ª pessoa mais rica da Espanha, com uma fortuna calculada em 1,5 bilhão de euros, segundo a revista Forbes.

Apple aponta trabalho infantil e mais abusos em fornecedores


Pela primeira vez, empresa divulga lista completa de parceiros e reconhece que há problemas com alguns deles


A Apple divulgou pela primeira vez, nesta sexta-feira, uma lista completa de seus fornecedores. O mais importante, porém, é que a empresa reconheceu que há problemas com alguns deles, como trabalho infantil e abuso na carga horária dos empregados.

A Apple admitiu, por exemplo, que encontrou seis casos em curso de fornecedores que utilizam mão-de-obra infantil. Outros 13 casos do mesmo tipo  foram rastreados no passado.
O documento é resultado de 229 auditorias realizadas pela empresa em fornecedores no ano passado. O número de inspeções é 80% maior que o de 2010. Para os analistas, a divulgação do relatório é a resposta da Apple ao crescente fluxo de notícias negativas envolvendo seus fornecedores.
O último caso ocorreu no início deste mês, quando 150 funcionários da chinesa Foxconn ameaçaram saltar da cobertura da fábrica, naquilo que seria um suicídio em massa. Os empregados protestavam contra as condições de trabalho em uma das linhas de produção.
Além do trabalho infantil, a Apple constatou abuso no número de horas trabalhadas – o código de conduta da empresa estabelece um máximo de 60 horas semanais para os fornecedores -, más condições sanitárias, irregularidades no pagamento de salários, falta de segurança na operação de equipamentos e testes de gravidez para a admissão de mulheres.
“Eu gostaria de realizar melhorias significativas nestas área e eliminar qualquer caso de trabalho infantil”, afirmou o presidente da Apple, Tim Cook, na divulgação do relatório.
Veja, abaixo, a íntegra do relatório divulgado pela Apple.

"O Brasil virou um país sério", diz presidente da GE

Para o presidente da GE na América Latina, a crise na Europa e nos Estados Unidos só reforça uma tendência - o Brasil se tornou um dos motores da economia mundial.

São Paulo - Nos últimos 30 anos, o brasileiro Reinaldo Garcia, presidente e CEO da GE na América Latina, morou nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Quando saiu do Brasil, em 1981, para estudar economia na Universidade da Carolina do Norte, o país ainda era presidido pelo general João Baptista Figueiredo.

De volta a São Paulo desde janeiro, Garcia muitas vezes se surpreende com as mudanças das últimas décadas. Com um português ainda pouco fluente, Garcia falou a EXAME sobre o ambiente de negócios que encontrou e o que faz do Brasil um mercado crucial para as multinacionais estrangeiras.

Qual foi o grande marco da economia brasileira em 2011?
Reinaldo Garcia - O Brasil tem uma economia diversificada, em grande parte movida pelo consumo interno, que tem na classe média ascendente uma enorme força. Por outro lado, o país é rico em recursos naturais. Essa conjunção de fatores são fundamentos muito positivos no longo prazo. Especificamente sobre este ano, sabíamos que o país não repetiria o crescimento de 2010, que foi muito alto. A surpresa de 2011 foi o que aconteceu na Europa e nos Estados Unidos. Nesse ambiente, o marco da economia brasileira foi a sua robustez.

Muitas empresas estrangeiras estão se instalando no Brasil e parte das que já estavam por aqui incrementou seus investimentos. A competição aumentou em 2011?
Reinaldo Garcia - Sim, aumentou, mas isso é positivo. No final das contas, é a competitividade que gera progresso. Chegou, finalmente, a hora de o Brasil ter um lugar ao sol. Várias empresas de infraestrutura estão chegando. O Brasil, no contexto da América Latina, vive uma situação interessante. Tem um mercado interno de tamanho continental para explorar e, ao mesmo tempo, está ao lado de países que também crescem muito, como é o caso de Peru, Chile e Colômbia.

O senhor passou três décadas fora do Brasil. De que forma o ambiente de negócios mudou por aqui?
Reinaldo Garcia - Aumentamos a nossa relevância política, econômica e cultural. O Brasil não é mais só o país do futebol. É o país de grandes multinacionais, de executivos inovadores e empreendedores. São pessoas que se desenvolveram em uma época muito difícil no Brasil – de inflação, pacotes, crises. Isso criou uma geração de pessoas muito capazes. A continuidade da democracia e da política econômica nas últimas décadas também merece destaque. De modo geral, as instituições estão mais evoluídas. O Brasil hoje é um país muito sério.

O que deveria ter mudado e não mudou?
Reinaldo Garcia - O problema brasileiro é a burocracia. Os processos são complicados. As regras não são claras e, às vezes, acabam sendo contraditórias. É isso o que impede que o cenário brasileiro seja excelente. As pessoas que querem inovar acabam correndo como se tivessem bolas de ferro atadas aos pés. Isso tudo sem falar na carga tributária, que diminui a competitividade do país.