quinta-feira, 6 de agosto de 2020

AS FALÁCIAS DO MUNDO SUSTENTÁVEL

Como no regime comunista e capitalista, o conceito de sustentabilidade, também, carrega seus argumentos e premissas falaciosas, com o objetivo de perpetuar os interesses da classe dominantee


São comuns os nossos discursos carregados de alteridedade, altruísmo e solidariedade, mesmo que em nossas ações cotidianas essas práticas sejam tão pífias, como define o pensador darwinista Richard Dawkins: “Como indivíduos, não raro, nos comportamos de forma egoísta. Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar.”

Quando se pergunta às organizações e aos cidadãos o que eles entendem por sustentabilidade, as respostas, quase sempre, submetem-se ao descarte responsável, reciclagem, redução da emissão de CO2 e do desmatamento desenfreado, consumo de produtos orgânicos, entre outros. 

Na minha ingênua opinião, as premissas adotadas por essa filosofia são formas de perpetuar a manutenção dos interesses espúrios do capital.

A mudança não virá da “ECOBOLHA”, que produz pão artesanal e acha bonito pagar caro para comer alimento orgânico. Para mim, isso tem outro nome: VIABILIZACÃO DA MISÉRIA. 

Só teremos uma sociedade melhor, quando todos puderem pisar com dignidade nesta Terra, que oferece tudo o que precisamos. Cabe a nós reivindicarmos os recursos necessários, para que isso um dia venha a se concretizar.

A razão de ser sustentável não está atrelada a tentativa corporativista e frustrante de ser GREEN. É essa visão fantástica e rasa que esvazia o verdadeiro sentido da sustentabilidade. 

É bom lembrar que as políticas ambientalistas, que por hora são adotadas, abrem as portas para se praticar o protecionismo contra produtores brasileiros, favorecendo concorrentes nos mercados internacionais. 

Há que se cuidar para combater a destruição do meio ambiente, evitando que a agropecuária brasileira seja criminalizada.

A melhor forma de viver e tomar ações de forma sustentável é ouvir e respeitar os povos originários da nossa terra, que lutam há séculos para preservar nossos biomas.

Viver de forma sustentável é investir nas ideias que nascem e morrem nas favelas e periferias do Brasil. É contratar e promover as minorias. É criar oportunidades para que elas liderem a mudança. É fazer com que o dinheiro – meio de troca tão poderoso no mundo do capital – circule entre aqueles que sofrem mais com o sistema. É exigir por parte do Estado a  reforma agrária e urbana, a taxação de grandes fortunas, protestar contra o desmonte do Estado, ou adoção do Estado Mínimo. O desafio é enorme, mas enquanto as prerrogativas da mudança partirem do verticalismo indômito da minoria abastada, responsável pela manutenção do poder, continuaremos chafurdando na inconsistência de conceitos retrógrados.