sexta-feira, 17 de julho de 2015

A garrafa de rum


Acabo de voltar de viagem, e como de costume sempre trago de lembrança algum agrado material para entes e pessoas queridas. Desta vez, trouxe uma garrafa de rum, bebida tradicional do país que visitei, para o Dário, zelador do prédio, onde mantenho meu escritório. Já havia presenteado algumas pessoas, que apesar dos agradecimentos - não que eu esperasse nada em troca -, nenhuma delas foi tão enfática em demonstrar sua satisfação e sua felicidade por ter sido lembrada, como o zelador. 

Eu disse a ele: - Beba neste fds hein!!! 

Ele respondeu: - Jamais! Vou deixar guardado lá no barzinho da minha casa, como lembrança de um grande amigo. Imagina, lembrou de mim, enquanto viajava. Fiquei muito feliz com isso. 

Onde quero chegar? 


Dário, não é uma pessoa pobre ($), ganha três salários mínimos por mês, sua esposa e filhas trabalham. Ele mantém um bom carro para passear com a família aos fds, e para viajar todos os anos, como a maioria das famílias de classe média brasileira. Portanto, na minha opinião, neste caso, por exemplo, Dário tem um bom padrão de vida, mas tem limites para gastar. Fica claro, pelo menos para mim, que, quando, o indivíduo tem limites para o consumo, mais humano e rico de espírito ele se torna. Na verdade, o que me parece, é que, quanto mais "limite" de capital tem as pessoas, ou seja, menos condicionadas à avidez do consumo, mais humanistas, altruístas, sensíveis e menos míopes para enxergar a verdadeira e a maior riqueza do mundo: o ser humano.

A transgressão transcende nossas maneiras de pensar e enxergar o Mundo


O "equilíbrio" não está na aceitação do condicionamento impositivo, mas sim, por meio da transgressão dele. Só desmistificando, arrancamos as máscaras corruptoras e manipulativas. Só apurando ou investigando nos aproximamos de uma REALIDADE SIGNIFICATIVA. Por meio do diagnóstico, não encontramos a cura, mas podemos nos aproximar dela, tomando ações efetivas.

Altruísmo e alteridade: questões de bom senso


Quem vê o mundo, com menos avaro, é mais simples e eficiente, tem alteridade, ouve e enxerga com mais facilidade ao seu redor, tem ganhos substanciais e significativos. Quanto mais se usufrui, e menos se conduz a vida por meio do prazer imediato e descartável, daquilo que tem mais durabilidade do que a conveniência ególatra, mais profícuos e maduros os resultados da existência humana. O limite de vínculos externos e estereotipados aproxima as espécies. Podemos ser condicionados e persuadidos por uma memética egoísta, mas temos condições de não obedecer a ela.

Condicionamento x inversão de valores


Somos seduzidos, persuadidos, dia a dia, pela exterioridade, que correspondemos com nossa avidez consumista, condicionada de acordo com nossas externalidades, as quais nos fazem perder o controle sob a vida. Para que as administremos com qualidade, temos que internalizar e priorizar a inversão de valores, ou melhor, priorizar o que vem de dentro, e não ceder às mensagens persuasivas que corroem a audição e a visão ao nosso redor. Assim, deixamos a simplicidade de lado e priorizamos a "complexidade" do senso comum. Quando mais complexa a vida e a exigência ególatra da exterioridade condicionada, mais tristes e insatisfeitos ficamos com ela. Transformemos nossas visões e missões, transcendamos nossos velhos padrões e defeitos de caráter, e nos moldemos de forma mais altruísta, dialógica e humana. Deixemos de lado a mecânica que nos condiciona e nos torna seres infelizes, para uma memética que opere uma mutação na maneira do SER e de VER o MUNDO. Voemos, nos libertemos.

Somos complacentes e não resilientes


É Fantástica a nossa complacência com os grandes meios de comunicação, a nossa falta de alteridade e altruísmo. Os indivíduos são análogos, e se diferenciam pela falta de escrúpulos, pela falta de humanismo, pela falta de assertividade e resiliência para realmente se modificarem. Para sermos humanistas devemos nos enxergar no outro, o que não fazemos de forma alguma, pois só vemos aquilo que nos convém, ao que estamos condicionados. Nos eximimos da culpa ou qualquer responsabilidade social, pois temos a "ratificação" da sociedade do espetáculo que "justifica" nossa egolatria e o nosso modo maniqueísta e excludente de enxergar o mundo.

Verdade absoluta?


"VERDADE ABSOLUTA" é uma comodidade muito rara e perigosa no contexto do jornalismo profissional." Hunter S. Thompson 

Identificar-se como jornalista altera ainda mais a realidade dos fatos, ou melhor, dificulta uma maior proximidade com a VERDADEIRA realidade dos fatos, segundo o "jornalismo gonzo", estilo concebido e defendido pelo falecido jornalista Hunter S. Thompson. 
Fui a uma excursão de bugs e quadriciclos à região de Cumayasa, que fica entre as cidades de San Pedro de Macorís e La Romana, na República Dominicana, e vi como funciona a metafísica e a filosofia capital - nenhuma novidade: o óbvio - que resume a essência egoísta da humanidade: turistas fascinados pela paisagem exótica da falácia capitalista. Acompanhado de uma mínima lucidez, percebia-se a devastação das plantações executadas por retroescavadeiras, em detrimento da agricultura familiar, que sustentava aquela comunidade. 

Image result for grupo piñeroO "trabalho eficaz" do Grupo Piñero, presente em diversos países de língua espanhola, aqui na região, executa essa destruição para a construção de redes hoteleiras e condomínios. A barbárie perpetrada pelas industriais e pelo agronegócio por meio das construções de mensagens e discursos mercadológicos consolidam o condicionamento, a cegueira, a falta de alteridade e de altruísmo dos indivíduos. Conversei com Jocelyn, 23, guia do passeio. Ele me disse que a maioria desse povo ficou sem condições de trabalho por não conhecer outras línguas, indispensáveis para interagir com os turistas. Enfim, a economia da República Dominicana depende, quase exclusivamente, da produção e exportação de açúcar entregue nas mãos dos latifundiários. Além da cana, também cultivam café, algodão, banana, abacaxi, fumo, arroz, feijão, coco, cacau, mandioca, milho e tabaco, o resto está entregue nas mãos dos cartéis: construtoras e redes hoteleiras. ‪#‎alteridade‬ ‪#‎altruismo‬

A melhor forma de conviver com o capital é se desprendendo dele


A obsessão e a compulsão do ser humano pelo acúmulo e aquisição de bens materiais o impede de "SER". Se utilizasse o valor de troca ($) para usufruir das abstrações da vida, não potencializaria a sua estupidez, e sim, a riqueza da sua alma. A troca espiritual, emocional e a humanística são as melhores e as maiores riquezas que os seres humanos podem ter. Por meio delas, nos tornamos menos egoístas e avarentos. Investir em cultura e conhecimento diminuiria a estupidez humana, concomitantemente com sua avidez condicionada pelo consumo. Se assim fosse, o "SER" amenizaria o "MUNDO CAPITAL", que vai ser sempre de natureza egoísta e não altruísta. Faz parte da sua memética, já consolidada. Cabe a nós, como indivíduos, nos modificarmos, pois o capital gira em torno de nós, e não nós em torno dele. Não temos como controlar o que é incontrolável. Temos como administrar o que é administrável. Temos como viver e não sobreviver. E não falo de uma "sobrevida capital", mas de uma vida dialógica e humanística, que assimile valores por meio de intercâmbios culturais e não somente valores materiais. Somos técnicos demais, humanos de menos, ou seja, autômatos por natureza.

A Verdade por trás do turismo estereotipado

Eu, em minha primeira vez, na República Dominicana, abstenho-me de falar dos aspectos negativos deste país, que em poucas palavras se resume à especulação dos grandes cartéis imobiliários e construtoras (as redes hoteleiras, para ser mais específico) que consomem cada peso e cada dólar dos "turistas" habituados à CEGUEIRA PSICOSSOCIAL. Falemos do VERDADEIRO TURISMO, com o qual não estamos acostumados.

No mar do Caribe há muito mais a ser explorado e admirado do que suas lindas águas azuis, fauna e flora, e belas fotos que retratem tudo a esmo. Conhecemos D.Maria que vive com filhos, sobrinhos, netos e mais, às margens da mata virgem de um rio. Ficamos fascinados com a riqueza de espírito e a simplicidade dessa senhora e seus familiares, desconectados deste MUNDO PADRONIZADO. Não vivem a pobreza, vivem num MUNDO À PARTE onde não saberíamos viver, devido à nossa natureza egoísta. Na maioria das vezes, confundimos miséria com simplicidade, pois nossos espíritos e visões são condicionados e corrompidos pelas futilidades atávicas da exterioridade autômata de um MUNDO FALACIOSO. Outro casal, que nos acompanhava, estereótipo do turista, ou seja, do TURISMO COMUM, estavam cegos à beleza que os circundava. Não assimilavam, não eram dialógicos, e muito menos humanistas com a cultura do povo com o qual "interagiam". Nossas máquinas fotográficas registraram o mesmo momento, sob ópticas diferentes.

O valor da interação x a escravidão da vontade própria


"Entenda-se por interação algo totalmente distinto de controle. Controlar é a tentativa de fazer pender para o domínio da vontade pessoal, enquanto que interagir é entregar o mando a outra vontade que não a sua. Em vez de nos ameaçar ou fazer com que nos percamos, a interação nos traz o encontro até nós." Nilton Bonder


A viagem: diversidade do verdadeiro turismo

O verdadeiro turismo, não é formado apenas por registros fotográficos - pela arte concreta e estática - mas, também, pelo diálogo com os povos. Ele não é análogo à rotina costumeira do turismo comum, que desdenha o enriquecimento do indivíduo proporcionado pela historicidade e pelo conhecimento humanístico de uma peregrinação. O turismo para turistas é estrategicamente mapeado, ou seja, repleto de lugares e hábitos comuns, que desdenham a essência e a complexidade cultural de uma determinada região. Nos acostumamos com o costumeiro, e esquecemos que podemos viver a complexidade de um mundo a parte, assimilando e fortalecendo nossas identidades por meio do "ócio criativo".

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Valores adquiridos pela convergência cultural

Os valores da humanidade só serão enriquecidos, modificados e entendidos, se invertidos pela inter-relação impactante com o outro, assimilando seus posicionamentos, ensinamentos, entendendo sua história, seus costumes culturais como diferenças, e não como divergências (por mais dominadoras e imperialistas que sejam, as culturas de algumas nações, não devemos ser intolerantes, e sim resilientes). Só assim, nos modificaremos; sendo tolerantes, por meio de novos atributos, adquiridos pelo entendimento e pela convergência cultural.

Interação x isolamento

Não temos controle sobre o futuro, quanto mais tentamos controlá-lo por meio de decisões e ações isoladas e ególatras, mais ele se desgoverna. As mudanças salutares e o amadurecimento se faz por meio das interações e não de resoluções isoladas. Esta falta de entendimento, nos faz sair dos trilhos. Uma vez descarrilhado, o futuro não é incerto, é desastroso.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

O método organizacional sui generis




O método organizacional sui generis (único), seja ele governamental ou privado, é atávico e impositivo. O meme - código cultural - que o conduz é difícil de ser substituído por uma outra filosofia, pois possui conceitos fortes e consolidados.

A evolução gradual dessas premissas, tornaram-se axiomáticas, causando um aterrorizante pesadelo às minorias desprovidas de recursos capitais.

O que importa aos governos e às organizações privadas é o monopólio, hoje oligopólio, que não se importa com os seres humanos. Independente de suas condições psicossociais, os indivíduos são pressionados por meio da arma organizacional mais eficiente: o assédio moral.

Assim, opera o capital: de forma vexatória à condição humana causando, por muitas vezes, danos psicológicos irreparáveis. "Líderes" mostram-se como verdadeiros dilaceradores de cérebro.

Apesar do contexto metafórico, o método é utilizado literalmente para impor a estratégia e a execução da liderança de origem criminosa.






A organização do crime tem o mesmo objetivo: manter seu market share por meio da concorrência e da disputa de mercado. Al Capone e Bugs Moran, por exemplo, operavam seu capital, seus negócios ilegais, com metralhadoras e bastões de beisebol servis (seus instrumentos de persuasão) com o mesmo objetivo: a disputa e a preferência do mercado. Sendo assim, a dificuldade está na causa, e não no efeito.

A sociedade funciona conforme as regras do capital, e não, o contrário: o capital em conformidade com as necessidades da humanidade.

Sistema organizacional transversal

O que falta às organizações é um brainstorming generalizado que integre os seus setores compartimentalizados a uma cultura, missão e visão unificadas à técnica, à historicidade, ao humanismo e a um método dialógico. 

Enfim, que extinga a setorização por meio de uma interação transversal que quebre a relação verticalizada, autômata, egocentrada e centralizada por paradigmas retrógrados, que camuflam a ação criativa e os principais potenciais de crise, que podem ser cortados pela raiz, se diagnosticados e seguidos de um planejamento estratégico eficaz, e principalmente, transparente.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por que os "líderes" organizacionais não tratam seus públicos de interesse, já que passam a maior parte do tempo com eles (família corporativa), como tratam suas famílias de sangue?

Porque provavelmente eles as tratam com o mesmo desinteresse que seus públicos de interesse. Suprem necessidades supérfluas, e não pensam no futuro existencial de sua espécie, incluindo suas crias. Não se atém a prover as necessidades futuras, e sim, a suprir necessidades imediatas, alienando-os, quanto ao que os espera num futuro não muito longínquo.

  

Sem conceitos e conhecimento humanístico não há técnica, prática ou metodologia que sejam bem sucedidas, em médio e em longo prazo

A técnica e o método desvinculadas de um paradigma humanístico, dialógico e histórico fortalece o automatismo atávico das organizações, e encrudesce o nível operacional, que poderia ser transcendente, se melhor diagnosticado, por meio de estratégias conduzidas por conceitos ALTRUÍSTAS e COMPENSATÓRIOS com base na ALTERIDADE. Sem COMPENSAÇÕES sociais, ambientais e econômicas, com as mudanças paradigmáticas que se configuram no organismo social, corporações serão cada vez menos dignas de RECOMPENSAS, por parte da humanidade.
  
                           

Pensar simples com eficiência

Por meio do conhecimento humanístico aliado a técnica, podemos dar início à grandes transformações 


"Estamos sempre esperando pegar instituições fazendo coisas erradas". Cléber Machado

As crises institucionais e pessoais não são vistas com tanta seriedade pela sociedade. Quando uma crise aparece, ninguém mais se surpreende. Estamos à beira do colapso, da deslegitimação dos indivíduos, das instituições. Espero que com todos os escândalos que emergem de forma desastrosa, com as organizações e os seus dirigentes necrosadas pela burocracia e corrupção, comecem a reformular eticamente as suas culturas, missões e visões, com estratégias e execuções que conciliem o marketing e a publicidade ao fortalecimento institucional, ou seja, que a imagem seja condizente com a identidade pessoal e corporativa.


"Estamos no fim da História porque já realizamos todas as grandes possibilidades humanas e sociais: a democracia parlamentar e a economia liberal." Francis Fukuyama

"Para que haja um novo começo, uma nova evolução, é preciso que as forças de geração e regeneração contidas na própria natureza do ser humano, como indivíduo e como ser social, despertem e se desenvolvam." Martin Heidegger

"A humanidade evitará o desastre ou recomeçará a partir do desastre? Já nos encontramos nos inícios de um caos. O caos pode ser destruidor, pode ser genésico, trata-se, talvez, da última oportunidade no último risco. Dito de outra forma, para que haja outro começo na humanidade, é preciso retornar à fonte, ou melhor, é preciso que a fonte readquira seu vigor." Edgar Morin

  

Por mais que as crises nos desestabilizem, como em outros percalços na vida, as corporações e as pessoas conseguem se superar

"(...) Por mais que as crises nos desestabilizem, como em outros percalços na vida, as corporações e as pessoas conseguem se superar." João José Forni 

A única forma de superar crises organizacionais e pessoais (é o que vemos todos os dias projetadas pelos meios de comunicação, que são responsáveis pela informação e até pela potencialização das crises) é ser transparente, assumindo os erros por mais aterradores que sejam. Toda crise, por mais destrutiva que pareça ser, tem sua raiz na causa e não na consequência. 

Quanto mais se evita tratar a causa, mais doente se torna o indivíduo ou a organização, tornando-se quase impossível curar a doença que se torna progressiva, atingindo todos os órgãos vitais do ser humano e no caso das organizações todos os seus setores, inutilizando o seu funcionamento vital pelo sintoma que mais as atinge: a burocracia sistêmica, atávica e corrupta.

Para evoluirmos devemos nos desvincular da nossa natureza egoísta


Em minha opinião, a grande dificuldade de evoluirmos, e ficarmos isentos das mazelas que o mundo nos oferece, e nos condiciona, é construir uma sociedade em que os seres humanos cooperem de forma altruísta e com alteridade para o bem-estar comum. Não devemos esperar ajuda por parte da nossa natureza, que é de origem egoísta.

   

A única coisa verdadeira é o sonho


"A única coisa verdadeira é o sonho". Orson Welles 

Esse aforismo simplifica que a busca da verdade empírica, essa sim, mais próxima da realidade dos fatos, é utópica, porém aproxima a objetividade à verdadeira realidade dos fatos, apesar de ficar restrita à desmistificação, sem um poder efetivo de ação. 

A metalinguagem das organizações de poder escamoteia a verdade por meio da projeção de mensagens e discursos bem elaborados com objetivo de persuadir a opinião pública a absorver a realidade falaciosa como verdade incontestável. 


Quando mais desmistificamos as falácias, mais nos aproximamos do "sonho" e dos riscos que ele nos oferece se levado a público: "Se eu tivesse escrito toda a verdade que eu soube durante os últimos dez anos, cerca de 600 pessoas - incluindo eu - estariam apodrecendo em prisões do Rio até Seattle até hoje. "VERDADE ABSOLUTA" é uma comodidade muito rara e perigosa no contexto do jornalismo profissional." Hunter S. Thompson

A desigualdade e o estresse psicossocial advém, em sua essência, do sistema sócioeconômico

O fenômeno da desigualdade social (saúde, saneamento básico, educação e a pobreza, em geral) tem suas raízes no que pode ser chamado de "estresse psicossocial" e está na base das grandes distorções sociais que assolam nossa sociedade atual. Sua causa? O sistema mercantil-monetário. Não se engane: o maior destruidor da ecologia; a maior fonte de desperdício, esgotamento e poluição; o maior incitador da violência, guerra, crime, probreza, abuso animal e desumanidade; o maior gerador de neuroses sociais e individuais, de doenças mentais, depressão e ansiedade - para não falar da maior fonte de paralisia social -, que nos impede de adotar novas metodologias para a SAÚDE PESSOAL, para a SUSTENTABILIDADE e o progresso neste planeta, não é, necessariamente responsabilidade de nenhum governo corrupto ou legislação, nenhuma corporação perversa ou cartel bancário, falha da natureza humana ou de uma sociedade secreta que controla o mundo. É, na verdade, o próprio sistema socioeconômico, em sua essência. 
                                                                                   
                                                                                  


Fonte: Zeitgeist; Moving Forward

Obsolescência programada: a SUSTENTABILIDADE da INSUSTENTABILIDADE

O princípio fundamental que rege a economia de mercado e que você não encontrará em nenhum manual, é o seguinte: nada produzido pode ter uma vida útil maior que o necessário para manter o consumo cíclico. 

Em outras palavras, é fundamental que as coisas quebrem, falhem e deteriorem-se dentro de dado tempo. Isso se chama "obsolescência programada". Ela é a espinha dorsal da estratégia de mercado de todos os fabricantes. Muito poucos, claro, admitem essa estratégia abertamente. O que fazem é mascarar o problema no fenômeno da obsolescência intrínseca, muitas vezes ignorando, ou até mesmo suprimindo, novos adventos tecnológicos, que poderiam criar um produto mais SUSTENTÁVEL e DURÁVEL. 

Não bastasse o desperdício, o sistema inerentemente, não permite a produção dos bens mais duráveis e eficientes. 

                     

A obsolescência programada intencionalmente entende que quanto mais tempo um produto funcionar, pior será para o consumo cíclico, e, portanto, para o sistema de mercado. Em outras palavras, a SUSTENTABILIDADE do produto é, na verdade, contrária ao crescimento econômico e por isso há um incentivo direto e reforçado para garantir que a durabilidade de qualquer produto seja curta. Na realidade o sistema não pode funcionar de outra maneira." Trecho extraído do documentário "Zeitgeist"


Metamorfose da sociedade: em busca da identidade perdida

As verdadeiras causas da crise política são: a hipocrisia ocidental e a estupidez generalizada. Ficamos presos à discussões políticas sobre corrupção, e aos algozes que seriam os grandes responsáveis pela miséria e a retroação da humanidade. 

Não tenho a intenção de defender corruptores, mas é evidente que o poder corrompe. Ficamos presos a críticas insalubres, ao invés de buscarmos conhecimento, ou seja, a causa do que realmente vem a retardar a evolução da nossa existência. 


A causa da crise política, econômica e social, não se restringe, somente à ações desonestas e corruptas de determinados indivíduos ou grupos. A crise é muito mais complexa e abstrata do que imaginamos. A objetividade das projeções midiáticas minimiza e escamoteia a verdade, que transcende simples relatos. Ela se restringe somente aos efeitos da desumanização do ser humano. A crise das civilizações advém da proeminência da técnica e da economia, do material e do quantitativo, causando um mal-estar no meio do bem-estar material, oriundo do pensamento ocidental. 


Aí surge o refluxo identitário, a esquizofrenia social gerada pela ocidentalização dominadora e destrutiva. "Uma das razões para o grande apelo exercido pela teoria da seleção de grupo talvez seja o fato de ela se afinar completamente com os IDEAIS MORAIS E POLÍTICOS partilhados pela maioria de nós. Como indivíduos ou organizações, não raro, nos comportamos de forma egoísta (identidade). Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar (imagem hipócrita)." Richard Dawkins

Memética reducionista

As potencialidades criadoras são inibidas pela padronização, pela burocratização absorvida pelos seres humanos seduzidos por signos persecutórios, que inibem a capacidade intelectual, humanística e dialógica do "ser". Na mensagem emitida e concomitantemente recepcionada pelo senso comum, seres criadores são considerados subversivos e alienados. Os artistas: inventores, músicos, poetas são grandes alquimimistas, desmisticadores, pois fazem grandes e autênticas descobertas que transcendem o enrijecimento social. Suas ideias e capacidades inovadoras são sempre deixadas em segundo plano, pois não obedecem, e "transgridem" à memética da cultura reducionista, que alimenta e condiciona a estupidez humana.
  
                              

terça-feira, 9 de junho de 2015

Exigimos ética apesar de estarmos longe de sermos éticos

Exigimos ética apesar de estarmos longe de sermos éticos Em um dos quadros, do programa televisivo ‪CQC‬, repórter flagra "cidadãos", estacionando seus carros, em vagas para deficientes. Bradamos por nossos direitos. Protestamos contra a corrupção. Exigimos cidadania, mas no momento de sermos cidadãos, nos eximimos das nossas obrigações. 

Não aceitamos sermos corrompidos, mas não pensamos, que talvez, também, estejamos transgredindo e corrompendo. São nos "pequenos" atos de transgressão que conhecemos o comportamento da nossa sociedade. Fico cada vez mais convencido que o aforismo é verdadeiro: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço." 

A sociedade não respeita os direitos das minorias homossexual, transexual, os dos deficientes físicos e os de outras minorias. Sociedade hipócrita, com sua falsa moralidade, transgride "pequenas" normas de conduta, as quais são reconhecidas em lei. Ela reincide em "pequenos" erros, e crucifica os transgressores das leis mais "contundentes". Vale aqui mais uma máxima: "ninguém tropeça no Pão de Açúcar" 

A verdade é que ela é egoísta, cega e surda. Enxerga, e escuta, àquilo que a interessa. Não transgride, o que realmente deve transgredir: as normas impositivas e o totalitarismo invisível que alimenta a idiotia e a ignorância do senso comum.

Sociedade-mundo x Terror-mundo


"A única alternativa para o ódio e a democracia"

Sem "(...) o reconhecimento desse princípio ético mínimo, não se terá jamais um mundo nobre por meios ignóbeis."

"(...) Estamos sendo convocados a travar, em cada um de nós, um grande combate espiritual. O espírito humano traz em si o pior dos males - incompreensão, cegueira, ilusão, loucura -, mas também traz a possibilidade de racionalidade, de lucidez, de compreensão, de compaixão."

                               

 "(...) Talvez seja necessário avançar ainda mais rumo ao abismo para que haja um verdadeiro sobressalto de salvação, para que a sociedade-mundo se atualize em sociedade de nações e de culturas unidas contra a morte. Com a condição de não se naufragar nela, a catástrofe se converte na última oportunidade."


                                

Fonte: Morin, Edgar. Rumo ao Abismo? Ensaio sobre o destino da humanidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. pág 131 e 134


Educação x Desmistificação

A dificuldade está no modelo mundial de educação (interesse dos governos totalitários na alienação da humanidade), e na falta de interesse dos indivíduos de buscarem outros formas de se educarem, de irem além da educação ditatorial, impositiva proposta pelas organizações de poder, que preferem a idiotia à constrição da desmistificação. É mais fácil alimentar a idiotia, do que ter modelos de educação desmistificadora, incentivados por instituições, e a busca do indivíduo de "subterfúgios" desmistificadores. 


A educação desde a era industrial é instrumental, deixa pouco espaço para a ruptura de modelos mentais. Não conhecemos vários casos de gênios que eram péssimos alunos, e muitos abandonaram a escola? Indivíduos resistentes a serem desafiados e desestruturados, querem apenas "receitas" de um bolo que já está pra lá de cansado e precisaria de uma implosão para uma nutritiva disruptura. 




por Ricardo Bressan e Patricia Galante de Sá.

De genes egoístas a indivíduos cooperativos

Contradições da sustentabilidade

"A dúvida é um dos nomes da inteligência." Jorge Luís Borges A ênfase no ambiental que faz parte do Triple Bottom Line (não deixa de ser importante), mas não é só. O ponto negativo está exatamente aí. Muitas organizações e indivíduos se utilizam da responsabilidade ambiental, e muitas deixam de lado o social e o econômico. Enxergam a sustentabilidade de forma ambígua e restrita, esvaziando a essência e a complexidade do conceito. No nível individual, também, muitos se preocupam somente com a reciclagem e a preservação do meio ambiente, e se esquecem da reciclagem moral e ética. Quantos de nós são cegos em relação à miséria social.


Criticamos, mas passamos às pressas por aqueles que consideramos viver à "margem da sociedade". Enfim, não vemos, e não ouvimos, o som ao redor. A sustentabilidade abrange um terreno muito mais vasto que somente o meio ambiente. 

Utilizar-se somente do uníssono ambiental, e minimizar o conteúdo econômico e social, esvazia a complexidade do conceito é a execução sustentável. O discurso e a construção de mensagens voltadas somente para um aspecto da sustentabilidade, desvia a visão ampla do conceito, que deveria abranger a alteridade, o altruísmo, para com as mais diversas necessidades da humanidade.



 "Apesar de ser um ardente darwinista, quando tento explicar porque estamos aqui, eu também sou um ardente antidarwinista quando se trata de planejar, e eu realmente quero dizer planejar o tipo de sociedade na qual desejamos viver. Podemos fazer planos para o futuro. Podemos fazer planos para um futuro altruísta, deixando para trás os ditames de nossos genes egoístas." Richard Dawkins

Política da destruição


A educação tradicional traz conhecimentos restritos e especializados, incapazes de compreender a complexidade das causas. Uma arquitetura ligada aos feitos deterministas, e não à transcendência a que se propõem o conhecimento humanístico. A estrutura determinista incapacita a intelectualidade, a capacidade de reconhecer a essência, a fundamentação da problemática global.


A aparência constitui a realidade: imagem é tudo, identidade é nada

O espaço público privado só abriga o que é "relevante", de modo que subjetivismos (experiências ou virtudes advindas deles), não encontram abrigo, conforto ou comodidade, não têm relevância nesse local, ao contrário são repugnados, rechaçados. Com isso o "irrelevante" é desprezado pelo domínio privado. A subjetividade perde sua grandiosidade para a superficialidade, futilidade, superfluidade transformada em necessidade pela construção de discursos, mensagens e imagens grandiosas de persuasão manipuladas pelas organizações de poder.
  
                          

Por que a a arte é inacessível (financeiramente) e desprezada pela sociedade?

Não é interessante que ela, com seu efeito catártico, gere reflexão, pensamento, senso crítico, desperte a necessidade do indivíduo de desmistificar, buscar caminhos que o leve próximo de "outra realidade".
A arte nunca vai ser incentivada e facilitada, pois contradiz os discursos e os códigos culturais ditatoriais, que tem como objetivo manter o ser humano sob a rédea curta das organizações de poder.