quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Executivos têm as perguntas, mas as respostas são dadas por quem está no dia a dia da operação


                             

Recluso em meu escritório de um metro por quatro, num dos poucos momentos que me disponho a organizá-lo, paro para folhear uma revista – As 150 melhores empresas para você trabalhar (Você S/A de 2009). Deparo-me com uma reportagem, que apesar de não ser factual, mostra a forma estratégica e de gestão de uma coordenadora de multinacional de biotecnologia e a liderança de um presidente de uma empresa de transportes e seus respectivos depoimentos.

Não citarei o nome das organizações, nem dos executivos. Teria que me ater a pesquisas, não foi esse o propósito quando entrei no recinto. O momento é de organização, mas vamos lá!

Ela destaca-se na categoria gestão estratégica. Faz reuniões individuais, pelo menos, uma vez por semana, com os cinco funcionários da equipe. Na conversa eles revisam a semana anterior, definem metas e tarefas para os próximos dias.

“Dessa forma consigo garantir que todos entendam seu papel e que os resultados virão como esperado” diz ela.

Agora o melhor! “Numa visão moderna de gestão, o papel do “líder”, não pode ser apenas o de transmitir informação. Ele deve criar um ambiente em que os colaboradores possam discutir e questionar as informações”.

Já na categoria liderança, o presidente da empresa de transportes, passou 90 dias percorrendo as bases da empresa, em terminais, nos caminhões e trens para ouvir o que os funcionários tinham a dizer.

Sensacional é a visão que ele expõe “O problema é achar que as  soluções estão no alto escalão, da companhia. Os executivos têm as perguntas, mas  as respostas são dadas por quem está no dia a dia da operação”.

E o que vêm a minha cabeça no momento?

Dever-se-ia dar essa ideia aos gestores de  outras corporações, mas de forma estratégica e ambiciosa.

 

Gestores perguntam a seus analistas de cada área especifica quais suas ideias ou estratégias. Finalizadas, são passadas a coordenadores que as analisam e as encaminham a diretoria e se aprovadas, transformam-se em operações e processos. As respostas começam pelos analistas até chegar à alta cúpula para tomada de decisões.   


Ricardo Bressan

4 atitudes que mudam o clima da empresa, segundo o Hay Group


                               Funcionarios felizes dançando
Durante quatro anos, o Hay Group, consultoria de gestão de negócios, ouviu cerca de 620.000 pessoas, de 135 companhias que operam no Brasil, para descobrir o que pode ou não melhorar o clima organizacional e quais fatores podem colaborar para o engajamento efetivo dos funcionários de uma empresa.
Das mais de 130 companhias analisadas, apenas 22% delas, no entanto, se enquadram no perfil de empresas com melhores práticas, ou seja, aquelas que conseguem unir um clima organizacional favorável a um desempenho financeiro satisfatório, segundo o Hay Group.
Foi justamente nessas companhias que a pesquisa encontrou um número maior de colaboradores comprometidos com seu trabalho e com a companhia. “Elas sabem tornar o funcionário um protagonista, pois dão espaço, sabem ouvir, aconselham e reconhecem por meio de recompensas. Tais atitudes transformam o clima de uma companhia”, afirmou Elton Moraes, consultor do grupo.
Segundo ele, o número de empesas que se encaixam no perfil de melhores práticas ainda é pequeno no Brasil. “Apenas 10% delas conseguem atingir a pontuação máxima da nossa classificação de melhores práticas. O lado positivo é que existem algumas companhias que vêm se aperfeiçoando e conseguindo melhores posições”, afirmou Moraes
Veja, a seguir, quatro posturas imprescindíveis encontradas nas companhias de melhores práticas, que fazem toda a diferença em seu clima organizacional, segundo o Hay Group:
Recompensar
A prática pode ser mais antiga que andar para trás, mas a meritocracia, ou seja, o reconhecimento por meio de recompensas, como promoções e bonificações, não é comum em muitas companhias brasileiras.
De acordo com a pesquisa do Hay Group, apenas 42% dos funcionários acreditam que, quanto melhor for seu desempenho, melhor serão suas oportunidades.  O número muda bastante de patamar, no entanto, nas companhias de melhores práticas, onde quase 75% das pessoas acreditam que a premissa seja verdadeira.
Ainda segundo o estudo, metade das pessoas afirmou ser aconselhada por seus gestores. Já nas empresas com perfil de melhores práticas cerca de 70% disseram que recebem conselho de seus chefes referente ao seu desempenho profissional.
Saber ouvir
Saber ouvir o empregado, dar espaço para que ele exponha suas ideias é outro quesito importante e bem mais comum nas companhias de melhores práticas, constatou o levantamento do Hay Group.
Enquanto apenas 49% das pessoas afirmaram ter suas ideias ouvidas por seus chefes e principalmente colocadas em ação. Quase 80% dos funcionários das companhias com melhores práticas afirmaram que seus chefes ouvem suas ideias.
Dar feedbacks
Cada vez mais os trabalhadores querem saber como estão indo em sua função, se estão evoluindo, se estão na direção correta  e o que precisam fazer para melhorar.  O famoso feedback também é postura mais comum nas companhias de melhores práticas.
De acordo com o estudo, no mercado geral apenas 42% das pessoas concordam receber um feedback sobre o seu trabalho. Esse mesmo número salta para 72% quando se trata de funcionários que trabalham para as empresas com melhores práticas.
“Independente das ferramentas das empresas, o feedback precisa ser uma prática constante, pois se o empregado não sabe o que se espera dele, com certeza a companhia estará perdendo a oportunidade dele contribuir com todo o seu potencial, se ele não está 100% engajado, a companhia está deixando dinheiro na mesa”, afirmou o consultor.

Zara é suspensa do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo,


Zara quer combater trabalho escravo, sem ser vinculada a ele


                                Loja da Zara

Marca é suspensa do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, enquanto investe em ações de combate à prática e contesta, na Justiça, as acusações levantadas contra ela.

Zara vive uma aparente contradição em um tema espinhoso: seu suposto envolvimento com um caso de trabalho escravo. De um lado, a empresa quer mostrar que apoia o combate à prática, e já investiu 1,3 milhão de reais no amparo de imigrantes e na capacitação de mão-de-obra. De outro, foi suspensa do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, por afirmar que a “lista suja” de empresas envolvidas nestes casos é inconstitucional – uma lista em que corre o risco de entrar, caso a Justiça decida que as acusações que pesam contra ela são pertinentes.

O dilema mostra como a Zara tem atuado, desde a eclosão de suspeitas sobre seu envolvimento em um caso de violação de direitos trabalhistas. Entre junho e agosto do ano passado, equipes de fiscalização em São Paulo encontraram funcionários em condições precárias em oficinas da AHA Indústria e Comércio de Roupas, contratada pela Zara para a produção de suas peças.

Em documento da Justiça do Trabalho ao qual EXAME.com teve acesso, a varejista pede a anulação de todos os 48 autos de infração recebidos. Entre outras irregularidades, os autos apontam a imposição de jornadas excessivas, a manutenção de ambientes insalubres e o pagamento de salários baixíssimos a empregados não regularizados, bolivianos em sua maioria.

Uma das principais alegações da Zara é que os fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego teriam partido do pressuposto que os funcionários da AHA seriam efetivamente colaboradores da Zara, "extrapolando os limites de sua competência” e deixando de autuar a verdadeira empregadora. Por isso, a Zara sustenta que a apuração teria sido enviesada desde o começo, feita com o objetivo de incriminá-la, apenas.

"Não obstante a AHA ser fornecedora de diversas outras marcas, a fiscalização imputou a responsabilidade jurídica e exclusiva sobre a Zara, não tendo a AHA sofrido qualquer tipo de punição, nem tampouco as outras marcas", diz trecho do processo movido pela empresa, elaborado pelo escritório Machado Meyer.

O fato de a AHA ter regularizado o registro dos seus colaboradores durante a fiscalização mostraria, sempre segundo a Zara, que a subcontratada teria reafirmado sua responsabilidade direta, o que teria sido ignorado pelos fiscais. O relatório do MTE, por sua vez, aponta que 91% das peças produzidos pela AHA nos três meses que antecederam as operações eram destinadas à Zara, o que provaria o vínculo da empresa  em um esquema "para encobrir o real empregador e esconder a alocação de trabalhadores em atividades permanentes e essenciais ao objeto de negócio da autuada - a confecção das roupas que comercializava". 

Outra linha de defesa adotada pela Zara é que ela seria uma empresa de comércio e não uma indústria. Portanto, não teria que responder pelo processo de produção das roupas. Caso os autos não sejam anulados pela Justiça, a companhia pede a redução da multa proposta por discriminação dos funcionários, estipulada em 585.330,60 reais, e a não inclusão do seu nome na dívida ativa da União.

Esconde-esconde

A Zara requisitou à Justiça que a análise de todos esses pontos corresse em segredo, alegando que, na época dos flagrantes, o assunto já causara sua cota de estragos: a divulgação na mídia teria acarretado "prejuízos patrimoniais e morais", além de "exposição desnecessária” aos funcionários resgatados de situação irregular.
Mas a Justiça do Trabalho negou o pedido, em uma decisão que acabaria levando à suspensão da Zara do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho. Isso porque no processo que move contra a União, a Zara também pediu o bloqueio da sua possível inclusão na chamada "lista suja". Procurada por EXAME.com, a Zara não comentou o desligamento do Pacto ou o andamento da ação na Justiça, reforçando que não se manifesta sobre processos que ainda estão tramitando.
Criado pelo governo em 2004 para coibir a contratação de mão de obra ilegal, o cadastro funciona como um SPC para os inadimplentes: com o nome sujo na praça, não é possível obter financiamento junto a bancos públicos. A inclusão, é claro, não deixa de arranhar a imagem das companhias. Na atualização semestral da lista, publicada no começo de agosto, a construtora MRV engrossou o rol dos 398 nomes apontados no cadastro. Em dois dias, suas ações mergulharam 9,4%.
A Zara chegou a argumentar que a "lista suja" seria inconstitucional, já que a entrada das empresas acontece antes do julgamento efetivo na Justiça, o que violaria o princípio de presunção de inocência. Disse ainda que sua indicação acarretaria "danos irreparáveis e irreversíveis". A juíza Paula Becker Montibeller acabou concedendo liminar impedindo a inclusão, afirmando que isso poderia penalizar a empresa excessivamente e até atrapalhar o andamento da ação.
A decisão ainda pode ser modificada, mas o que seria uma primeira vitória para a empresa acabou virando outra dor de cabeça. Com o processo público, as investidas da Zara no sentido de questionar a "lista suja" caíram no colo do Comitê de Coordenação e Monitoramento do Pacto de Erradicação do Trabalho Escravo, que não gostou nada de ver a companhia criticar o cadastro. Pressionada pelo Comitê, a Zara não arredou o pé - e acabou sendo afastada do grupo.
Dele, fazem parte empresas como a C&A e grandes empregadoras como Brasil Foods e JBS. Composto pelo Instituto Ethos, Instituto Observatório Social, ONG Repórter Brasil e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Pacto propõe que setor empresarial e sociedade não comprem produtos de empresas que usaram trabalho escravo em sua cadeia produtiva - a "lista suja" seria uma das principais ferramentas para separar o joio do trigo.
Sob os holofotes
A Zara aderiu à iniciativa em novembro do ano passado, antes mesmo de firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho. Se a empresa se esforça nos bastidores para não responder juridicamente pelas irregularidades constatadas, suas contrapartidas sociais sempre foram divulgadas publicamente.
A princípio, o MPT determinou que a Zara pagasse uma indenização por dano moral coletivo no valor de 20 milhões de reais. No acordo fechado em dezembro, ficou estabelecido que o desembolso será de 17% desse valor - ou 3,4 milhões -, revertido em "investimentos sociais". Parte do montante já foi gasto em ações como a regularização de imigrantes ilegais no país e a criação de um fundo de emergência para suprir suas necessidades básicas. Até o meio do ano, a Zara havia feito 260 auditorias completas, abrangendo seus 40 fornecedores e 208 oficinas externas.
Luís Alexandre Faria, auditor fiscal que comandou as investigações envolvendo a varejista, chegou a afirmar à EXAME.com que a conduta da Zara seria "arrojada" e estaria "no caminho certo".
Na visão do Comitê do Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo, no entanto, a crítica à "lista suja" não deixaria de representar uma incoerência. No mesmo comunicado em que saudou os projetos da Zara para combater o trabalho escravo, o Comitê disse que a atitude da empresa "afronta" princípios do Pacto e "enseja sua violação".
Segundo balanço anual da empresa, a Zara possui 1.936 funcionários no Brasil. O contingente de envolvidos na produção das peças que levam sua etiqueta é mais de dez vezes superior a esse número. Enquanto segue na luta para se desvencilhar das consequências judiciais da utilização de trabalho escravo em oficinas subcontratadas, a varejista aguarda, em silêncio, o desfecho do caso. A próxima batalha entre a empresa e a União está marcada para o dia 13 de setembro, na 3ª Vara do Trabalho de São Paulo.

Beleza física pode trazer vantagens para a carreira


Estudos revelam que profissionais bonitos têm mais chances de sucesso profissional. O segredo dos belos: boa aparência mantém a autoestima em alta

       
                                Executiva de gravata
A boa aparência tem outra vantagem: segundo estudo, ela aumenta as chances de outros prestarem mais atenção no que você tem a dizer
São Paulo - A aparência importa quando o assunto é carreira? A resposta é "sim" — para o bem e para o mal. O lançamento do livro O Valor da Beleza — Por Que as Pessoas Atraentes Têm Mais Sucesso (Ed. Campus/Elsevier), de Daniel s. Hamermesh, economista americano que traz à tona essa discussão que ainda é um grande tabu dentro das organizações. "Os executivos não gostam de admitir que a beleza afeta o modo como eles lidam com outros profissionais", diz Daniel. Professor da Universidade de Houston, nos Estados Unidos, Daniel se dedica aos estudos de pulchronomics (economia da beleza) e, em seu livro, divulga resultados de pesquisas que mostram que a aparência pode influenciar — e muito — os salários.

A pesquisa de Daniel foi feita nos Estados Unidos e talvez a realidade brasileira seja diferente. Mesmo assim, fica a dúvida: que razões fazem com que os belos sejam privilegiados e conquistem salários mais polpudos? Daniel arrisca a resposta: autoestima nas alturas. Afinal, quando você está satisfeito com a própria aparência (e tem competência para exercer seu cargo) fica mais fácil enfrentar os desafios de carreira. "Quem se sente bem com seu modo de ser é mais seguro", diz a headhunter Adriana Prates, diretora da Dasein Executive Search, de Belo Horizonte. "E confiança ajuda a transmitir ideias e habilidades, o que acaba conquistando os chefes."

A boa aparência tem outra vantagem: aumentam as chances de outros prestarem mais atenção no que você tem a dizer. De acordo com uma pesquisa da Universidade Rice, dos Estados Unidos, feita com profissionais em busca de um emprego, sinais faciais marcantes, como cicatrizes, distraem os recrutadores e fazem com que eles não foquem no conteúdo do candidato, só em seu aspecto exterior. "Qualquer elemento muito chamativo pesa em uma entrevista", diz Marcela Esteves, consultora da Robert Half, empresa de recrutamento de São Paulo, que admite se policiar para não cometer injustiça com candidatos menos privilegiados esteticamente.


E o que deve fazer quem convive com a desvantagem da falta de beleza? Relaxe, você não precisa passar horas na academia, no salão de beleza e na clínica de estética para ter sucesso. Para os consultores e headhunters, o que conta mais é o bom e velho charme. "Steve Jobs não era nenhum modelo de beleza, mas sabia envolver com seu discurso. Encontrar a melhor maneira de se portar para encantar os outros é o que realmente vale", afirma Adriana, da Dasein.
A grande lição não é se preocupar em ter os olhos mais lindos do mundo, mas conseguir transmitir empatia, segurança ou qualquer outro sinal positivo. Isso todos podem fazer, cuidando dos detalhes: no sorriso aberto que você dá quando se apresenta; na maneira como você se levanta para cumprimentar com firmeza; na roupa que você escolhe para participar de uma reunião formal ou para comparecer a um almoço informal. Todas essas atitudes contam pontos a seu favor.
Por isso, é bom tomar muito cuidado com sua atitude. Uma palavra rude, por exemplo, faz mais estragos do que um mau penteado. "Toda a empatia acaba quando alguém transmite arrogância e se mostra desinteressado na fala do interlocutor. Não importa quão bonita a pessoa seja, isso destrói uma primeira impressão", explica Marcela, da Robert Half.
Obviamente, a aparência, sozinha, não sustenta a carreira de ninguém. "Beleza é apenas mais um dos vários fatores que influenciam o sucesso. Todas as pesquisas mostram que beleza importa, mas somente se estiver ligada a outros aspectos", diz Daniel Hamermesh. Se você é bonito, considere-se
Fonte: Exame