terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Ficamos presos a maniqueísmos, ao ismos, ao invés de nos atentarmos à complexidade dos fatos


O problema é que o Estado cada vez menos intervém na economia, pouco investe em políticas públicas e as deixam à mercê da especulação financeira e econômica. Não há regulamentação para o lucro infinito e individualista. Há, sim, leis para inibir e coibir a verdadeira democracia, a participação daqueles que necessitam.


A corrupção é um problema endêmico em todo o mundo, mas não é o maior dos problemas. 

Deveríamos buscar os mais diversos meios de informação. A dificuldade é que vivemos numa sociedade que pouco lê, pouco se informa, não busca outras versões sobre a realidade dos fatos. A grande mídia é soberana na formação da opinião pública e, por consequência, influencia também seu comportamento. 

Seguem algumas epígrafes e as sugestões de dois grandes livros para reflexão:


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"A Cultura do medo" Barry Glassner 


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"O gene egoísta" Richard Dawkins


A incapacidade brasileira de enfrentar a violência urbana tem o mesmo fundamento da americana: qualquer mudança" em sociedades tão desiguais é vista e sentida com pavor. E continuamos a investir nossos medos nos alvos mais improváveis, a dissimular o que efetivamente inquieta". 
Paulo Sérgio Pinheiro


"Um dos paradoxos relativos a cultura do medo é que os problemas sérios continuam ignorados. A pobreza correlaciona-se com molestamento de crianças, crimes e consumo de drogas. E quanto maior a diferença entre ricos e pobres, maiores os índices de mortalidade por doenças cardíacas, câncer e homicídio. As notícias sobre o crime aumentaram 600%. Sendo que as estatísticas mostram que o crime decresceu em 20%." Glassner


Não vivemos a realidade, e sim a projeção de uma realidade falaciosa. Vivemos conduzidos pelos simulacros. 


Para finalizar, diz Dawkins: "uma das razões para o grande apelo exercido pela teoria da seleção de grupo talvez seja o fato de ela se afinar completamente com os IDEAIS MORAIS E POLÍTICOS partilhados pela maioria de nós. Como indivíduos ou organizações, não raro, nos comportamos de forma egoísta (identidade). Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar (imagem)."