quarta-feira, 7 de março de 2012

Facebook é vítima de sua primeira grande falha, site ficou inacessível durante horas para milhares de usuários, principalmente europeus


Facebook

A rede social Facebook, que afirma ter cerca de 850 milhões de membros no mundo, sofreu nesta quarta-feira pela manhã sua primeira avaria de grande amplitude, deixando sem conexão ao mesmo tempo milhares de usuários durante duas horas em muitos países, principalmente europeus.
"Hoje tivemos que enfrentar dificuldades técnicas, que fizeram com que o site ficasse inacessível para uma determinada quantidade de usuários na Europa", indicou um comunicado da empresa.
"O problema foi solucionado e todos devem conseguir ter acesso novamente ao Facebook. Pedimos desculpas pelos inconvenientes causados", acrescentou o comunicado da empresa.
O incidente afetou tanto o facebook.com quanto os aplicativos para celulares e tablets.
O Facebook não deu detalhes sobre o problema técnico, mas pode se tratar de uma ruptura do vínculo entre os servidores que armazenam os dados pessoais dos usuários e o link facebook.com.
O Facebook reivindica 845 milhões de usuários ativos no mundo, dos quais a metade se conecta ao menos uma vez ao dia.
Mais da metade dos internautas (55%) utilizam o Facebook, segundo os números da ComScore de outubro passado.

Vale contestará tributos na Justiça; autos somam R$ 30 bilhões:

A empresa disse que apresentará os recursos cabíveis para a defesa de seus interesses

unidade da vale

A Vale informou na noite desta terça-feira que contestará na Justiça cobranças de tributos sobre lucros de controladas e coligadas no exterior, em processos que poderiam chegar a cerca de 30 bilhões de reais, de acordo com comunicado da empresa.

Sobre uma autuação relativa aos anos de 2003-2006 e 2007, a Vale informou "que foi publicada nesta data decisão do Tribunal Regional Federal da 1a Região suspendendo os efeitos da liminar obtida pela Vale", em processo cuja cobrança de tributos é de 9,8 bilhões de reais, mais multa e juros.

Mas a empresa disse que apresentará os recursos cabíveis para a defesa de seus interesses.

"A Vale afirma que não teve decisões definitivas que impliquem em pagamento ou desembolso financeiro imediato", acrescentou em comunicado.

A maior produtora de minério de ferro do mundo ressaltou ainda que não avalia como provável a perda dos processos que discutem esta matéria e reafirmou que "por isso não constituiu provisão em suas demonstrações financeiras".

A Vale revelou que se defende administrativamente em quatro autos de infração instaurados pela SRF nos últimos anos. Entre 1996 e 2002, os valores cobrados, incluindo multa e juros, somam 3,09 bilhões de reais; entre 2003 e 2006, o montante é de 10,84 bilhões de reais; em 2007, a soma é de 13,2 bilhões de reais; e em 2008, o valor cobrado é de 2,49 bilhões de reais.

A Vale informou em fevereiro que elevou ainda mais a expectativa de perdas possíveis em processos administrativos e judiciais, tendo exposto em seu último balanço financeiro um valor de 44,3 bilhões de reais para "contigências possíveis" .

A companhia disse ainda que os períodos a partir de 2009 são passíveis de novos autos de infração pela Receita Federal, cuja posição é baseada no Artigo 74 da Medida Provisória (MP) 2.158-34 de 2001, que possibilita a cobrança de tais tributos sobre os lucros de controladas e coligadas no exterior.

"Na esfera judicial, a Vale entrou com mandado de segurança em 2003 questionando a aplicabilidade do artigo 74. Ante a decisão desfavorável do Tribunal Regional Federal da 2a Região... a empresa apresentou novos recursos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal", onde aguarda obtenção de efeito suspensivo até decisão definitiva do mérito, explicou a mineradora, que divulgou comunicado para esclarecer uma série de informações que chamou de "conflitantes".

Segundo a Vale, o STJ anteriormente já decidiu favoravelmente aos contribuintes no que diz respeito à impossibilidade de tributação de lucros no exterior tomando por base a equivalência patrimonial.

A Vale lembrou ainda que para discussão de qualquer débito tributário na esfera judicial há necessidade de apresentação de garantia pelo contribuinte, e que isso "não representa perda ou derrota judicial", sendo uma etapa para o início da discussão judicial das cobranças.

"Com relação ao objeto da autuação relativa a 1996-2002, informamos em 5 de março de 2012 que a Vale recebeu cobrança no valor de R$ 1,6 bilhão, e apresentará os recursos cabíveis, oferecendo garantias necessárias para discussão dos débitos no Judiciário."

A Vale afirmou ainda que processos administrativos e judiciais têm curso dinâmico, com possibilidade de decisões desfavoráveis, mas que "havendo decisão ou fato que afete de forma material o desempenho da Vale, divulgaremos imediatamente ao mercado".

Yahoo prepara demissões que podem afetar milhares


As manobras podem ser anunciadas a partir do fim do mês e podem representar as primeiras grandes mudanças sob o comando do novo presidente, Scott Thompson


Homens consertam outdoor com logo do Yahoo!O novo presidente-executivo do Yahoo está preparando uma significativa reestruturação da empresa da web, incluindo dispensa temporária de funcionários, o que cortaria milhares de empregados de sua folha de pagamentos, disse um blog de tecnologia.
As manobras podem ser anunciadas a partir do fim do mês e podem representar as primeiras grandes mudanças sob o comando do novo presidente, Scott Thompson, antigo presidente-executivo da PayPal que assumiu o cargo de chefia do Yahoo em janeiro.
As mudanças na empresa pioneira da Internet em dificuldades, que contratou recentemente o Boston Consulting Group, terão foco em seu grupo de produtos, pesquisa, marketing e relações públicas e negócios que não são centrais à empresa, de acordo com um relatório nesta segunda-feira apresentado no blog AllThingsDigital.com, que citou fontes anônimas.
"Como nós indicamos, nosso alto escalão está num processo que gerará significantes mudanças estratégicas no Yahoo, mas ainda não se chegou a decisões finais neste ponto. Não comentaremos nada além disso", disse o Yahoo numa nota por e-mail.
O Yahoo, cuja receita caiu em mais de um quinto no ano passado, tinha 14,1 mil empregados no final de 2011.
A empresa demitiu a presidente-executiva Carol Bartz em setembro e se encontra em processo de "revisão estratégica" desde então que pode incluir a circulação de parte de seus ativos asiáticos e aceitar um investimento minoritário na empresa. Enquanto isso, o fundo de hedge Third Point, acionista do Yahoo, também anunciou planos de instalar seu próprio conselho de diretores na empresa. 

Companhias japonesas em crise: má gestão, rombos contábeis e desastres naturais atrapalham empresas que já foram invejadas em todo o mundo


Homem de negócios chorando

As companhias japonesas, décadas atrás, já foram sinônimo de total eficiência e gestão impecável. De uns tempos para cá, no entanto, várias delas vêm perdendo o brio e deixando de lado a boa fama.
É crescente a concorrência de empresas de outras partes da Ásia, como Coreia e China. Mas os problemas das japonesas não se devem apenas a isso.
Fraudes contábeis, reação lenta diante dos concorrentes  e desastres naturais vêm interferindo nas operações de empresa que já foram ícones no passado. 
Quem são elas?



Sony

A Sony estima perdas de 2,9 bilhões de dólares no ano fiscal que se encerra agora em março. Caso o prejuízo seja realmente confirmado, este será o quarto ano consecutivo que a companhia de eletroeletrônicos ficará no vermelho.
Concorrentes mais ágeis, a valorização do iene frente ao dólar, as inundações da Tailândia e as vendas fracas nos Estados Unidos e mercado europeu colaboraram para o desempenho fraco em 2011. 


No ano passado, a Sony precisou encerrar as operações em algumas de suas fábricas e enxugar sua cadeia de abastecimento. 



Apesar da má fase, a companhia tem buscado maneiras de se reposicionar no mercado e uma de suas apostas é o segmento de videogames. 


Recentemente, a companhia anunciou que já vendeu 1,2 milhão de cópias do portátil PlayStation Vita, que começou a ser comercializado em dezembro no Japão e chegou aos mercados americano e europeu no mês passado.


Olympus

A Olympus é responsável por uma das maiores fraudes contábeis já registradas no mundo corporativo. Além disso, a companhia é suspeita de se envolver com a máfia japonesa.
O problema da Olympus começou a aparecer quando seu ex-CEO, Michael Woodford, decidiu abrir um inquérito para investigar suspeitas de más condutas da empresa anos atrás.
A verdade é que as operações só existiram para maquiar um rombo financeiro da companhia no passado.
O mercado estima que o valor da fraude ultrapasse a cifra de 1,5 bilhão de dólares. As investigações ainda prosseguem e uma nova diretoria deve assumir o comando da empresa ainda neste semestre.

Panasonic

No final do ano fiscal, que termina agora em março para as companhias japonesas, a Panasonic estima perdas recordes de cerca de 10 bilhões de dólares.
Boa parte do prejuízo é está relacionada a problemas de gestão e ao último CEO, Fumio Ohtsubo, que não soube reagir diante dos concorrentes.


Outro erro observado pelo mercado foi a compra da Sanyo, em 2008, por 8,8 bilhões de dólares. Apesar de a operação ter tornado a Panasonic a maior empresa do setor de eletroeletrônicos do Japão,  não trouxe sinergias suficientes que justificassem a aquisição.



Nesta semana, a companhia anunciou a troca de CEO e Kazuhiro Tsuga deve assumir o posto em breve. Ao executivo, foram feitos dois pedidos: reverter os prejuízos dos últimos anos e transformar a empresa em uma competidora global do setor de eletroeletrônico.



Toyota

O iene valorizado frente ao dólar prejudicou o desempenho da Toyota em 2011, mas o terremoto no Japão, em março do ano passado, e as inundações na
Tailândia corroboraram para que o resultado financeiro da montadora fosse ainda pior.


No último trimestre de 2011, os ganhos da montadora japonesa caíram 13,5%. As vendas nos Estados Unidos tiveram queda de 7% e no Japão de 23%. 


Com o desempenho mais fraco, a Toyota perdeu o posto de maior montadora do mundo para a General Motors.


Honda CR-V 2013

Assim como a Toyota, a Honda também foi prejudicada em 2011 pelos desastres naturais que atingiram a Ásia.
A montadora prevê uma queda de 65% nos lucros do ano fiscal de 2011, que termina em março. O número é pior do que o esperado após as previsões negativas por conta de desastres naturais no Japão e Tailândia, além do fortalecimento do iene.


No ano passado, a produção da Honda caiu para 2,91 milhões de carros, cerca de um quinto da sua capacidade produtiva mundial. Em oito anos, foi a primeira vez que o número ficou abaixo dos 3 milhões.


Nikon

No último trimestre de 2011, a Nikon registrou prejuízo de 48,5 milhões de dólares. As perdas estão relacionadas às inundações na Tailândia, que paralisaram por mais de três meses as fábricas da Nikon no país.
Para o ano fiscal, que termina agora em março, a Nikon estima que seus resultados financeiros ainda sintam os efeitos das paralisações.  Em janeiro, a companhia retomou parte da produção, que deve ser totalmente normalizada neste mês.



Como a Daslu pode virar o jogo – e o que outras fizeram para renascer das cinzas



Com a morte de Eliana Tranchesi, a condenação da empresária por crimes fiscais voltou à baila; saiba como outras empresas superaram episódios controversos

Eliana Tranchesi, da Daslu

Conhecido pela memória curta, o brasileiro vem contando com o alcance das redes sociais para refrescar a cuca. Completada uma semana da morte de Eliana Tranchesi, uma das responsáveis pela consolidação da Daslu como ícone do varejo de luxo no país, os comentários que pipocaram na web lembrando suas manobras para fugir à taxação fiscal mostram que as empresas não estão imunes aos fantasmas do passado.

Depois de prestar um tributo à empresária afirmando que ela era "uma das melhores comerciantes que este país já teve", Glória Kalil recebeu uma enxurrada de críticas – e algumas manifestações de apoio – em seu site. A partir daí, foram mais de 700 replicações no Facebook e 110 no Twitter. "Desde a investigação da Polícia Federal, a Daslu acabou sendo mais lembrada pelo escândalo do que pela inovação que conseguiu introduzir no mercado", acredita Suzane Strehlau, professora de Marketing de Luxo da ESPM. Em 2009, Tranchesi foi condenada a 94 anos de prisão por crimes como formação de quadrilha, importação fraudulenta e falsidade ideológica.

Para Strehlau, como o episódio é mais associado ao nome da empresária, a tendência é que seja esquecido com o passar do tempo e que a marca consolide um reposicionamento que já estava em curso, voltado para o luxo mais acessível. Na opinião do professor de estratégia da Fundação Dom Cabral Paulo Vicente, contudo, a movimentação na internet não deixa de ensinar uma lição. "Hoje em dia notícia ruim é repassada com ainda mais rapidez. O tempo de reação para as empresas diminuiu e, por isso, o ideal é agir sempre preventivamente, diminuindo a exposição ao risco", sustenta.

Confira, a seguir, como quatro grandes empresas conseguiram dar a volta por cima depois de serem associadas a episódios controversos.

Nike e o trabalho infantil

De réu global a ícone de sustentabilidade, a Nike percorreu um longo caminho. Acusada em 1995 de utilizar mão de obra infantil na Ásia, a empresa foi execrada por ativistas dos direitos humanos e viu a cotação de suas ações cair quase pela metade. De lá para cá, a Nike empenhou-se na tarefa de virar o jogo. Co-fundadora de organizações não governamentais para profissionalização no trabalho, como a Fair Labor Association, a empresa trabalha com uma série de metas sustentáveis. Reduzir o desperdício a zero até 2050 é uma delas. Por ora, o hexafluoreto de enxofre foi completamente substituído por nitrogênio no amortecimento de seus tênis. Com isso, a Nike aboliu a emissão de um gás mais danoso ao ambiente que o vilão CO2. Por essas e outras, a empresa voltou a figurar entre as companhias mais admiradas do mundo. Na lista da Fortune deste ano, ela está na 26ª posição, à frente de empresas como Volkswagen e Nestlé.

Apple e a falta de inovação

A empresa da famosa maçã, quem diria, amargou um período de vacas magras nos anos 90, sem conseguir que nenhum de seus produtos caísse nas graças do grande público. O conselho já havia afastado Steve Jobs da companhia que ele ajudara a criar. Como reflexo do mau momento, os papéis da Apple caíram em média 18% ao ano entre 1995 a 1998. Em 1997, a ação atingiu sua mínima histórica, fechando o pregão a 13 dólares. Jobs voltou à empresa naquele ano. E paulatinamente ajudou a orquestrar a reviravolta da Apple. Conhecida pelas inovações em tecnologia e design, a empresa alçou produtos como iPod, iPad e iMac a categoria de objetos de desejo. Embalada por números recordes nos últimos tempos, a Apple vale hoje mais de 508 bilhões de dólares. O preço das ações, por sua vez, supera a casa dos 500 dólares por papel.


General Motors e a crise financeira

Símbolo do capitalismo e da pujança americana, a General Motors quase sucumbiu à crise que abalou o mercado em 2008. A empresa perdeu o posto de maior montadora do mundo para a Toyota e viu o número de carros vendidos cair 11%. Fábricas foram fechadas, funcionários foram demitidos, mas o pior estava por vir. Em 2009, a GM pediu concordata. Para seguir de pé, recebeu uma injeção de mais de 50 bilhões de dólares do governo dos Estados Unidos, que se tornou seu principal acionista. A volta por cima veio com a reabertura de capital na Bolsa de Nova York, no fim de 2010. No mesmo ano, a companhia apresentou lucro pela primeira vez depois da crise. Em 2011, retomou o posto de campeã mundial de vendas, com participação de quase 12% no mercado global de automóveis.


Bridgestone / Firestone e o defeito de fábrica

Entre 2000 e 2001, a empresa fez um recall de nada menos que 6,5 milhões de pneus nos Estados Unidos. O motivo? Acidentes com o veículo Explorer, da Ford, foram atribuídos à perda da banda de rodagem dos pneus da Firestone. Foram ao menos 271 vítimas fatais. E um estrago que foi muito além da dissolução da quase centenária parceria com a montadora. Além da intensa troca de farpas publicamente, o episódio doeu no bolso da fabricante de pneus. Em 2001, o prejuízo apresentado pela Firestone superou 1,5 bilhão de dólares em vista das ações judiciais e despesas com o recall. Para devolver a confiança aos antigos consumidores, o então presidente e CEO da empresa, John Lampe, foi à TV reconhecer os erros do passado na campanha "Making it right".