sexta-feira, 26 de abril de 2013

O comunicador não briga com o tempo, aprende com ele



“O conhecimento que faz a diferença e impulsiona uma carreira”, tema da palestra do jornalista Francisco Viana, no Congresso Mega Brasil de Comunicação, foi uma imersão à importância da formação humanística do comunicador.  

Dentre os diversos aprendizados, duas citações marcantes que contextualizaram o evento:

“A vida é tão breve, o aprendizado tão longo”

“Os homens ocupados são os que mais têm tempo”


O humanismo como processo transformador

Mais do que prática, a arte de comunicar está na técnica e na busca incessante de conhecimento. Sem essas características, ficamos limitados ao simples cumprimento de delegações.

Como comunicadores devemos nos ater, diariamente, a formação humanística. Sem ela, não há dialética. E sem dialética, não há espaço para criatividade, senso crítico e uma visão holística dos fatos, que leva a soluções racionais e a interatividade, com o meio onde atuamos. Nesse tipo de formação a individualidade e o espírito de coletividade se amalgamam.

É comum ouvir pessoas dizendo “não tenho tempo para nada, para estudar, para me dedicar ao lazer, a família e aos esportes”.

Nos séculos XIX/XX o sistema produtivo se baseava na desapropriação do tempo pelo trabalho repetitivo, mecânico. O tempo e o espaço, no entanto, eram bem demarcados.

Havia tempo e lugar para se trabalhar, tempo e lugar para o lazer, tempos e lugares definidos para o que quer que fosse. A pós- modernidade faz agora uma reconfiguração destes conceitos

Como ser humano do século XXI, por muitas vezes, vejo o tempo como inimigo e não como conciliador da vida. O problema, no entanto, não está com o tempo, mas como eu lido com ele.

Os avanços tecnológicos pareciam vir com a promessa de oferecer-nos mais tempo livre, mas o que se vê é exatamente o contrário. Experiências de vida são somadas no espaço presencial (sem tecnologia) e no ciberespaço.

O Homem deste século se perde cada vez mais, lida com o tempo, atrapalha-se ao definir suas prioridades, torna-se superficial em seus conhecimentos em troca de uma boa quantidade deles e acaba por deixar de lado o que sempre fez e fará a diferença na carreira de qualquer profissional: uma cultura que vá além do básico.


Segundo Francisco Viana em relação à carreira jornalística, essa capacidade de ver e analisar o mundo sob diversos olhares é o que vai diferenciar o profissional no mercado. O segredo está, portanto, em se buscar o conhecimento sem nos restringirmos àquilo que, num primeiro momento, parece ser o mais direcionado à nossa carreira de comunicador, pois quem fará este direcionamento será exatamente a bagagem de ideias e cultura que carregaremos nessa caminhada.



por Ricardo Bressan