segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Papa contesta dogmatismo da Igreja Católica

Estratégia ou posicionamento isolado?

fonte: Aberje 

por Ricardo Bressan
 
“A descoberta final é que somos fundamentalistas. Esses fundamentos são os sapatos com os quais caminhamos pela vida. Embora úteis, não deixam de ser uma superfície artificial que nos isola do solo vivo. Sair da construção desses fundamentos nos faz conhecer o alivio e a possibilidade de expansão. E aí, muito além do conforto do sapato, podemos conhecer o que é ‘santo’, o que é essencial.” Nilton Bonder¹ 
 
Felizmente, o Vaticano despertou, ao que me parece, para um posicionamento frente à mudança paradigmática que se instala no organismo social. Ou mudam sua estratégia, ou perderão cada vez mais fiéis (públicos de interesse) para instituições menos ortodoxas e fundamentalistas. 
 
O Papa Francisco reflete, com seu carisma e interação, as características de um verdadeiro líder ou porta voz.  Ao criticar a obsessão da Igreja pela proibição do aborto, casamento gay e contracepção, questiona o dogmatismo ou fundamentalismo católico de forma veemente, assim fortalece e agrega valor a identidade dessa instituição que há muito anda fragilizada. 
 
Desejo que as organizações, sejam elas religiosas, públicas, privadas e outras, sigam esse exemplo. Graças às manifestações das minorias, muitas delas começam a enxergar que não estão mais lidando com uma sociedade meramente submissa. 
 
Instituições devem se posicionar estrategicamente, notando que não é ela que deve se adaptar aos seus valores e cultura, mas sim enxergar suas forças e fraquezas diante à MUTAÇÃO CULTURAL EXTERNA, para que possam aproveitar as oportunidades frente a uma sociedade cada vez mais CREDORA DE COMPENSAÇÕES que valham o seu investimento, seja ele espiritual, emocional ou financeiro.
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¹ Rabino Nilton Bonder é escritor reconhecido nacional e internacionalmente como pensador nas áreas de humanismo, filosofia e espiritualidade, tem livros publicados com grande sucesso nos EUA, na Europa e na Ásia. No Brasil, seu livro mais recente, O Sagrado, editado pela Rocco, figurou na lista dos mais vendidos. Também publicou A alma imoral, adaptado para o teatro.