quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Política governamental: discurso x ação

É evidente que, àqueles que regem este país, a ação e o discurso são atividades independentes.A ênfase está na retórica como meio de persuasão e convencimento, e não como forma de resolução das necessidades humanas.
A estratégica não é responder, replicar o que acontece, e o que pode ser feito. 
O principal instrumento usado pelos governantes dessa sociedade, quase sempre, tem sido a manipulação.
                           
                            

Debate ou embate de "ilusionistas"?


Época de eleições em que os debates contundentes e o marketing massivo são mais importantes do que a democracia participativa, vivemos como seres submissos, condicionados ao automatismo.

Desde os “primórdios” da educação, seja no ensino fundamental, no médio ou na universidade, o objetivo é a doutrinação, a adaptação ao sistema, e não a formação de seres pensantes. Vivemos uma democracia às avessas.

Em minha opinião, a falta de investimento em educação e cultura é intencional e primordial para a manutenção do mecanicismo atávico que, constantemente, é revitalizado. Somos padronizados para a ignorância.
A democracia representativa é uma forma de totalitarismo por nós ratificada. Entregamos o poder nas mãos de quem nos convém ou "acreditamos", e, assim, nos eximimos do "ser" democrático.

Existimos como técnicos e não como alquimistas, como agentes modificadores, seres dialógicos e humanistas. Preferimos criticar as consequências e acreditar em signos falaciosos da realidade, do que buscar a realidade factual, as causas primeiras, adquirir conhecimento por meio das ciências humanas e aplicá-las às técnicas.

Somos extensões das "máquinas" organizacionais, e digo mais, dos produtos ou serviços por elas confeccionados.

O totalitarismo ideológico de hoje é menos visível. Vivemos condicionados pela produção de signos, que nos "escravizam", e que nos fazem agir, inconscientemente, por meio deles.
Não vivemos uma democracia representativa, muitos menos participativa. Somos “vítimas” do totalitarismo "invisível".

É como se estivéssemos num show de ilusionismo, onde as imagens e a linguagem estão totalmente sob o controle de quem as opera. Assimilamos as construções das mensagens emitidas pelos grandes marqueteiros, os grandes manipuladores da realidade, e acreditamos naquelas com maior poder de convencimento. Votaremos nos signos e não numa crença efetiva, seja na democracia ou na capacidade dos candidatos de realizá-la. 

  
                                    


Passado o domingo, entregaremos nossos direitos democráticos nas mãos do melhor "ilusionista", e nos eximiremos da essência do "ser", para nos preocuparmos com aquilo a que somos direcionados, ou melhor, condicionados a ser: "animal laborans", em tempo integral.

Se os governos, sendo soberanos, investissem mais em educação e cultura, teríamos, cada vez mais, desmistificadores e menos mistificados, mas não é do interesse deles que isso se perpetue, ou se consolide, não é mesmo?

                           

                             
                                                  
                                                         

                                                      Abramos nossos olhos!



                                              

"(...) Precisamos disso, que se formem turmas de cidadãos e para mais, cidadãos bons, porque ainda que a palavra esteja gasta, há que reivindicá-la". José Saramago



terça-feira, 21 de outubro de 2014

Homenagem àqueles que se importam com o trabalho, e não aos que trabalham sem se importar

Dedico esta mensagem a todos os palestrantes, comunicadores, e aqueles que têm, em sua responsabilidade, o desenvolvimento humanístico.
Seja resiliente, dialógico, transparente e respeitoso com a vida, já que lida com seres humanos, enfim com vidas.
Transmita conhecimento, replique os seres pensantes, não dê margem aos replicadores egoístas, adeptos de ideias autômatos e atávicas.

As técnicas podem ser mais eficientes, se sofrerem mutações por meio da transmissão e compartilhamento de ideias que dão vazão ao aperfeiçoamento, ao desenvolvimento das estratégias de vida, das organizacionais, ou seja, da humanidade.

Seja altruísta, pense em suas necessidades, mas procure adequá-las, as expectativas de seus públicos, por meio da alteridade.
Enfim, faça um bom trabalho.



sábado, 11 de outubro de 2014

A técnica não determina nossas vidas, mas a condiciona

Pierre Lévy, um dos grandes pensadores da atualidade:
"uma técnica é produzida dentro de uma cultura. E uma sociedade encontra-se condicionada por suas técnicas, tecnologias".
Ele diz: condicionada, não determinada.
"O ciberespaço, dispositivo de comunicação interativo e comunitário apresenta-se justamente como um dos instrumentos privilegiados da inteligência coletiva (...)
O ciberespaço não determina automaticamente o desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a esta inteligência um ambiente propício.
De fato, também vemos surgir nas redes digitais interativas diversos tipos de isolamento e sobrecarga cognitiva (estresse pela comunicação e pelo trabalho diante da tela). Dependência (vicio na navegação ou em jogos em mundos virtuais).
As verdadeiras relações não são criadas entre a tecnologia (que seria da ordem da causa: determinante) e a cultura (que sofreria suas consequências), mas sim entre um grande número de atores humanos que inventam, produzem, se utilizam e interpretam de diferentes formas a tecnologia". Aqui no caso, a digital.
Não são as minorias que se opõem as mídias digitais, e sim as organizações, cujas posições de poder, os privilégios, e monopólio, sobretudo em relação a soberania sobre a construção de mensagens, discursos e significados (signos) encontram-se ameaçados pela emergência dessa nossa configuração comunicacional.
Nem tudo que é feito nas redes digitais é bom. Seria tão absurdo quanto dizer que todos os filmes são excelentes.
A verdadeira questão não é ser contra ou a favor dessa tecnologia, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas nas construções de significado interativas.
O ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e cultural.
Dessa forma seremos capazes de atrelar essa nova tecnologia dentro de uma perspectiva humanista, aliando a técnica ao conhecimento, de forma dialógica, interativa e democrática (principal característica das redes digitais).

A era da transparência: a projeção da marca por meio do fortalecimento institucional (identidade)

Na década de 90, a ideia de VENDER deixou de ser tirar pedido e distribuir mercadorias e passou a ser um sofisticado processo de sedução ao consumidor, criado por um conjunto de atividades de comunicação mercadológica.
Esse ciclo vem se esgotando desde o início dos anos 2000, quando a Europa e os EUA perceberam que o consumo pela sedução seria cada vez mais rejeitado dentro do organismo social, que a simples atração por um filme de publicidade deveria ser trocado por um relacionamento de franqueza, honestidade, respeito e dedicação entre seus Públicos de Interesse e a Marca.
Era um novo tipo de comunicação que nascia.
O Brasil está pelo menos 10 anos atrasado nesse assunto.
Aqui com o modelo de negócios da mídia, associado com a força das agências de publicidade, ainda se acredita que "a propaganda é a alma do negócio", ou seja projetar imagem, e não fortalecer identidade,
Eliminar a velha estrutura de Marketing para dar início a uma estrutura organizacional que se baseia no fortalecimento institucional, é a prova definitiva do caminho sem volta do processo de mudança das atividades de comunicação das empresas: alinhar todos os setores organizacionais ao modelo de negócios (cultura, valores, missão e visão)
O verdadeiro líder deve entender que seu real papel dentro da organização não será só o de ter ideias isoladas, mas, sim, o de analisar toda sua estrutura para fazer aquilo que a Marca necessita para tirar as empresas brasileiras do pensamento atávico advindo da metade do século XVIII e introduzi-las no Século XXI.
Acreditar que as soluções estão exclusivamente sitiadas no alto escalão é um erro.
Os líderes devem perguntar e não só dar respostas, pois quem está no dia a dia das operações tem mais conexão com a realidade dos fatos.

A intolerância e a falta de harmonia são consequências de fundamentos ortodoxos

Como seres humanos somos únicos, temos defeitos e qualidades, independentemente de etnia, credo e opção sexual.
Cabe a cada um ter a percepção para remover defeitos, agregar e potencializar valores.
A grande dificuldade dentro do organismo social está em respeitar as diferenças e romper com os tabus.
Para evoluir é imprescindível compreender a história, a cultura e a crença dos povos de forma dialógica e empírica.
A maldade é consequência da ignorância (preconceito), do egoísmo e da avareza de poucos.
A "cegueira" advém da crença social nos discursos e mensagens ideológicas e falaciosas, ou seja, na falta de entendimento ou negligência das causas primárias.
Deveríamos buscar o conhecimento humanístico, a essência das coisas.
“A descoberta final é que somos fundamentalistas. Esses fundamentos são os sapatos com os quais caminhamos pela vida.
Embora úteis, não deixam de ser uma superfície artificial que nos isola do solo vivo. Sair da construção desses fundamentos nos faz conhecer o alivio e a possibilidade de expansão. E aí, muito além do conforto do sapato, podemos conhecer o que é ‘santo’, o que é essencial.” Nilton Bonder

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Percepção


Ser Líder no sentido denotativo, significa exercer poder sobre o outro ou ter a prerrogativa sobre determinadas ações.
No mundo organizacional, esse significado, na maioria das vezes, é levado à risca, o que atrasa ou neutraliza o crescimento.
A hierarquia não pode ser utilizada para tomar atitudes isoladas.
O desenvolvimento deve vir da consciência coletiva, e não de decisões individuais.

O LÍDER deve direcionar ou mediar, e não ter atitudes ditatoriais ou totalitárias.
Quem está de fora tem percepções diferentes ou até melhores para as resoluções dos problemas.

A "grande" mídia dá o veredito


Vejo a situação de Patricia Moreira, como a de seu clube, o Grêmio, eliminado da Copa do Brasil pelo "ato de racismo”, que o sensacionalismo de fatos fúteis, em detrimento daqueles que devastam nações, têm projeções que não condizem com a verdadeira função da imprensa: informar, reportar e esclarecer os fatos à opinião pública.
Na maioria dos casos, a irresponsabilidade dos formadores de opinião é evidente, não se importam com a imagem e reputação de seres humanos e organizações.

A "grande" mídia influência a opinião pública de forma geral, inclusive o poder legislativo, executivo e judiciário.
Patricia foi acusada de racismo por ter chamado  o Aranha, jogador do Santos, de “macaco”.

Num ímpeto impulsivo de torcedores fanáticos, por mais ofensivas que pareçam as frases por eles proferidas, não se configuram, em minha opinião, como práticas efetivas de preconceito racial.
Quantos de nós, num happy hour, nas rodas de amigos, no auge da euforia, em festas de família, contamos piadas preconceituosas sobre gays, negros, portugueses, etc?

A garota serve de "bode expiatório", teve sua imagem e reputação prejudicada por aquilo que a imprensa potencializa como um caso grave de preconceito.
O foco está em Patricia e não no genocídio praticado ao povo miserável islâmico que, apesar do extremismo, é grande vítima do poder inexorável do capitalismo e seu maior representante, os EUA.

                        

Não que seja correto e concorde com a máxima: "olho por olho, dente por dente", mas quando um membro do Hamas é projetado, exclusivamente pela mídia, como vilão ("Obama, enquanto continuarem matando nosso povo, faremos o mesmo com o seu"), vejo que a estratégia midiática é desviar nossa atenção das causas realmente importantes para "espetacularizar" o irrelevante.

                   
                     

Mesmo conhecendo a cultura do povo islâmico, a causa da guerra não é religiosa, mas, sim, política e econômica, graças à ambição do governo americano. O cerne dos preconceitos e das indiferenças está nos signos que as organizações de poder criam.
A perspectiva preconceituosa e racista não é "acidental", muito menos o resultado de uma tradição.
O "estrangeiro" sempre funcionou como uma espécie negativa, a uma perspectiva exacerbada pelos Estados, como componente fundamental à elaboração de um mecanismo criador de identidades falaciosas e excludentes.

Como diz Dawkins1: "uma das razões para o grande apelo exercido pela teoria da seleção de grupo talvez seja o fato de ela se afinar completamente com os IDEAIS MORAIS E POLÍTICOS partilhados pela maioria de nós. Como indivíduos ou organizações, não raro, nos comportamos de forma egoísta (identidade). Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar (imagem)".
Continuemos ridicularizando a "grande vilã" Patricia, e esqueçamo-nos do "ser" político e democrático.
O que importa é o "shownalismo".
“A descoberta final é que somos fundamentalistas. Esses fundamentos são os sapatos com os quais caminhamos pela vida. Embora úteis, não deixam de ser uma superfície artificial que nos isola do solo vivo. Sair da construção desses fundamentos nos faz conhecer o alivio e a possibilidade de expansão. E aí, muito além do conforto do sapato, podemos conhecer o que é ‘santo’, o que é essencial.”
Nilton Bonder 2

DAWKINS,Richard – O Gene Egoísta 8ª. Ed. Companhia das Letras, 2013. Dawkins é etólogo, biólogo evolutivo e escritor britânico. Fellow emérito do New College , Universidade de Oxford.
Rabino Nilton Bonder é escritor reconhecido nacional e internacionalmente como pensados nas áreas de humanismo, filosofia e espiritualidade.

Fonte: Aberje

Valores são adquiridos, não são natos



No final do mês de julho, eu e minha noiva, voltando das férias em NYC, tivemos uma experiência negativa num primeiro momento, seguida de alívio, graças ao otimismo e à confiança que temos pelos serviços da companhia aérea em que viajamos.

Eis que, ao chegar em casa (algumas horas depois), demos conta da nossa distração, tínhamos esquecido o IPad no avião.
Após uma breve angústia, ligamos para a TAM e solicitamos que o procurassem, caso a aeronave ainda estivesse em solo. Algum tempo depois, nos comunicaram que o haviam encontrado.

Apesar de achar que tal comportamento seja obrigação de qualquer cidadão ou organização, pois fui educado para não pegar aquilo que não é meu, não acredito que tenha sido apenas uma atitude tomada pelo subjetivismo de um colaborador isolado. 


Nos demos “apenas ao trabalho” de voltar a Guarulhos para buscá-lo. Neste momento, no nível institucional, seria importante, a meu ver, prestar o serviço de entrega a domicílio.



Benchmarking nesse tipo de serviço indireto (que não esteja ligado diretamente ao serviço, ou produto), apesar de atuarem em segmentos diferentes, é o Grupo Porto Seguro.

Não é uma obrigação, no entanto traria comodidade e mais satisfação ao cliente, demonstraria altruísmo e alteridade por parte da empresa. Como resultado, creditaria mais valor à marca, porque com o tablet recuperado, postaríamos, na página da companhia, além do simples elogio que deixamos, a gentileza, para que constasse de forma pública, atitude que serviria de referência a outras organizações.

Imediatamente, houve inúmeras “curtidas”, mais um sinal claro de que a sociedade, com o advento das mídias sociais, torna-se, cada vez mais, credora de compensações.

O retorno da TAM, agradecendo pelo post e pelo privilégio de nos ter como clientes, de forma educada e imediata, demonstra que o monitoramento estratégico das mídias sociais projeta imagem positiva.

Vivemos em uma sociedade (cidadãos e organizações) que inverte valores e racionaliza verdadeiros absurdos para justificarem posicionamentos negativos.

Uma organização que apura, investiga e diagnostica toda sua cadeia de valores, consegue planejar, implantar e executar ações estratégicas que fortaleçam sua identidade, além de servirem de benchmark (referência) aos seus concorrentes, colaboradores e todos aqueles inseridos no organismo social, por meio de um processo de Compensação e Recompensa.

O resultado, advindo do fortalecimento da identidade, remove defeitos, agrega valores, protege e fortalece a imagem de forma mais eficiente e segura. A estratégia é pensar e agir com simplicidade. Pensamento que gera comportamento ético, transparente e eficaz.

O problema é que, como se fossemos hospedeiros, herdamos o parasitismo atávico que nos prende ao hedonismo, em benefício próprio, em detrimento do nosso entorno.

Alemanha no Brasil: a projeção da marca por meio do fortalecimento da identidade

       

Deixo de lado o futebol (produto) e analiso a seleção da Alemanha como MARCA, que dentro e fora de campo adotou uma estratégia extremamente eficaz: projetou sua imagem por meio do fortalecimento institucional. Estudou seu público de interesse e construiu uma estrutura fortificada com base no conhecimento histórico e humanístico e, de forma dialógica e cordial, encantou o povo brasileiro.

Estratégia
A projeção da imagem dos alemães por meio do fortalecimento de sua identidade alinhada às necessidades de seus públicos de interesse.

Mensagem-chave

O alemão cordial, aproveitando-se da principal característica “positiva” do povo brasileiro: sua cordialidade (conhecimento da cultura do seu público de interesse), apesar de sua utilização imagética como meio de sobrepujar, maquiar e inibir o “ser” político, como retratado na obra de Sergio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil:
“A lhaneza no trato, a hospitalidade, e generosidade, virtudes tão gabadas por estrangeiros que nos visitam, representam, com efeito, um traço definido do caráter brasileiro, na medida, ao menos, em que permanece ativa e fecunda a influência ancestral dos padrões de convívio humano, informados no meio rural e patriarcal. Seria engano supor que essas virtudes possam significar “boas maneiras”, civilidade. São antes de tudo expressões legítimas de um fundo emotivo extremamente rico e transbordante. Na civilidade há qualquer coisa de coercitivo – ela pode exprimir-se em mandamentos e sentenças.”
Ações
  • Há seis meses, os alemães compraram o terreno e construíram o hotel onde a seleção ficaria instalada.
  • Construíram também um centro de saúde, um campo de futebol, uma estrada para interligar o centro de treinamento. Não trouxeram funcionários alemães, contrataram mão de obra local.
  • Ao chegar ao Brasil, a seleção alemã, quando não treinava, socializava-se com o entorno. Na cidade e na praia participava de festas com a população, interagia com os índios, vestia a camisa do time local (o Bahia).
Sobre a vitória em cima da nossa seleção:
  • Combinaram no intervalo do jogo em diminuir o ritmo para não humilhar (mais) a seleção anfitriã.
  • Falaram que seus ídolos são os nossos jogadores do passado.
  • Pediram desculpas após a goleada.
  • Postam nas redes sociais mensagens de incentivo ao povo brasileiro e agradecem a hospitalidade, deixando o que construíram para a população da cidade.

Resultado
Os alemães conseguiram mudar a sua imagem (pelo menos num primeiro momento) de um povo extremamente frio e calculista, por meio da mudança de comportamento, portanto, pelo fortalecimento de sua identidade.

Lição para os líderes organizacionais
     
                              

No início dos anos 2000, a Europa e os EUA perceberam que o consumo pela sedução seria cada vez mais rejeitado dentro do organismo social, que a simples atração por um filme de publicidade deveria ser trocado por um RELACIONAMENTO COMPENSATÓRIO por meio da ALTERIDADE, ou seja, transparência, altruísmo e dedicação com objetivo de entender econciliar as particularidades da Marca com as de seus Públicos de Interesse.

                                    

Um novo tipo de comunicação nascia. O Brasil está pelo menos dez anos atrasado nesse assunto. 
Aqui, com o modelo de comunicação e marketing alinhado à força das agências de publicidade, ainda se acredita que "a propaganda é a alma do negócio", ou seja, projetar imagem e não fortalecer identidade.

Eliminar a velha estrutura de Marketing para dar início a uma estrutura organizacional que se foque no fortalecimento institucional é a prova definitiva do caminho do processo de mudança das atividades de comunicação das empresas: alinhar por meio da Comunicação Institucional todos os setores organizacionais ao modelo de negócios (cultura, valores, missão e visão). 

O verdadeiro líder deve entender que seu real papel dentro da organização não será só o de ter ideias isoladas, mas, sim, o de analisar toda sua estrutura para fazer aquilo que a Marca necessita para tirar as empresas brasileiras do pensamento atávico advindo da metade do século XVIII e introduzi-las no Século XXI. 

Acreditar que as soluções estão exclusivamente sitiadas no alto escalão é um erro. 
Os líderes devem perguntar e não só dar respostas, pois quem está no dia a dia das operações tem mais conexão com a realidade dos fatos.    

Fonte: Aberje