segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por que os "líderes" organizacionais não tratam seus públicos de interesse, já que passam a maior parte do tempo com eles (família corporativa), como tratam suas famílias de sangue?

Porque provavelmente eles as tratam com o mesmo desinteresse que seus públicos de interesse. Suprem necessidades supérfluas, e não pensam no futuro existencial de sua espécie, incluindo suas crias. Não se atém a prover as necessidades futuras, e sim, a suprir necessidades imediatas, alienando-os, quanto ao que os espera num futuro não muito longínquo.

  

Sem conceitos e conhecimento humanístico não há técnica, prática ou metodologia que sejam bem sucedidas, em médio e em longo prazo

A técnica e o método desvinculadas de um paradigma humanístico, dialógico e histórico fortalece o automatismo atávico das organizações, e encrudesce o nível operacional, que poderia ser transcendente, se melhor diagnosticado, por meio de estratégias conduzidas por conceitos ALTRUÍSTAS e COMPENSATÓRIOS com base na ALTERIDADE. Sem COMPENSAÇÕES sociais, ambientais e econômicas, com as mudanças paradigmáticas que se configuram no organismo social, corporações serão cada vez menos dignas de RECOMPENSAS, por parte da humanidade.
  
                           

Pensar simples com eficiência

Por meio do conhecimento humanístico aliado a técnica, podemos dar início à grandes transformações 


"Estamos sempre esperando pegar instituições fazendo coisas erradas". Cléber Machado

As crises institucionais e pessoais não são vistas com tanta seriedade pela sociedade. Quando uma crise aparece, ninguém mais se surpreende. Estamos à beira do colapso, da deslegitimação dos indivíduos, das instituições. Espero que com todos os escândalos que emergem de forma desastrosa, com as organizações e os seus dirigentes necrosadas pela burocracia e corrupção, comecem a reformular eticamente as suas culturas, missões e visões, com estratégias e execuções que conciliem o marketing e a publicidade ao fortalecimento institucional, ou seja, que a imagem seja condizente com a identidade pessoal e corporativa.


"Estamos no fim da História porque já realizamos todas as grandes possibilidades humanas e sociais: a democracia parlamentar e a economia liberal." Francis Fukuyama

"Para que haja um novo começo, uma nova evolução, é preciso que as forças de geração e regeneração contidas na própria natureza do ser humano, como indivíduo e como ser social, despertem e se desenvolvam." Martin Heidegger

"A humanidade evitará o desastre ou recomeçará a partir do desastre? Já nos encontramos nos inícios de um caos. O caos pode ser destruidor, pode ser genésico, trata-se, talvez, da última oportunidade no último risco. Dito de outra forma, para que haja outro começo na humanidade, é preciso retornar à fonte, ou melhor, é preciso que a fonte readquira seu vigor." Edgar Morin

  

Por mais que as crises nos desestabilizem, como em outros percalços na vida, as corporações e as pessoas conseguem se superar

"(...) Por mais que as crises nos desestabilizem, como em outros percalços na vida, as corporações e as pessoas conseguem se superar." João José Forni 

A única forma de superar crises organizacionais e pessoais (é o que vemos todos os dias projetadas pelos meios de comunicação, que são responsáveis pela informação e até pela potencialização das crises) é ser transparente, assumindo os erros por mais aterradores que sejam. Toda crise, por mais destrutiva que pareça ser, tem sua raiz na causa e não na consequência. 

Quanto mais se evita tratar a causa, mais doente se torna o indivíduo ou a organização, tornando-se quase impossível curar a doença que se torna progressiva, atingindo todos os órgãos vitais do ser humano e no caso das organizações todos os seus setores, inutilizando o seu funcionamento vital pelo sintoma que mais as atinge: a burocracia sistêmica, atávica e corrupta.

Para evoluirmos devemos nos desvincular da nossa natureza egoísta


Em minha opinião, a grande dificuldade de evoluirmos, e ficarmos isentos das mazelas que o mundo nos oferece, e nos condiciona, é construir uma sociedade em que os seres humanos cooperem de forma altruísta e com alteridade para o bem-estar comum. Não devemos esperar ajuda por parte da nossa natureza, que é de origem egoísta.

   

A única coisa verdadeira é o sonho


"A única coisa verdadeira é o sonho". Orson Welles 

Esse aforismo simplifica que a busca da verdade empírica, essa sim, mais próxima da realidade dos fatos, é utópica, porém aproxima a objetividade à verdadeira realidade dos fatos, apesar de ficar restrita à desmistificação, sem um poder efetivo de ação. 

A metalinguagem das organizações de poder escamoteia a verdade por meio da projeção de mensagens e discursos bem elaborados com objetivo de persuadir a opinião pública a absorver a realidade falaciosa como verdade incontestável. 


Quando mais desmistificamos as falácias, mais nos aproximamos do "sonho" e dos riscos que ele nos oferece se levado a público: "Se eu tivesse escrito toda a verdade que eu soube durante os últimos dez anos, cerca de 600 pessoas - incluindo eu - estariam apodrecendo em prisões do Rio até Seattle até hoje. "VERDADE ABSOLUTA" é uma comodidade muito rara e perigosa no contexto do jornalismo profissional." Hunter S. Thompson

A desigualdade e o estresse psicossocial advém, em sua essência, do sistema sócioeconômico

O fenômeno da desigualdade social (saúde, saneamento básico, educação e a pobreza, em geral) tem suas raízes no que pode ser chamado de "estresse psicossocial" e está na base das grandes distorções sociais que assolam nossa sociedade atual. Sua causa? O sistema mercantil-monetário. Não se engane: o maior destruidor da ecologia; a maior fonte de desperdício, esgotamento e poluição; o maior incitador da violência, guerra, crime, probreza, abuso animal e desumanidade; o maior gerador de neuroses sociais e individuais, de doenças mentais, depressão e ansiedade - para não falar da maior fonte de paralisia social -, que nos impede de adotar novas metodologias para a SAÚDE PESSOAL, para a SUSTENTABILIDADE e o progresso neste planeta, não é, necessariamente responsabilidade de nenhum governo corrupto ou legislação, nenhuma corporação perversa ou cartel bancário, falha da natureza humana ou de uma sociedade secreta que controla o mundo. É, na verdade, o próprio sistema socioeconômico, em sua essência. 
                                                                                   
                                                                                  


Fonte: Zeitgeist; Moving Forward

Obsolescência programada: a SUSTENTABILIDADE da INSUSTENTABILIDADE

O princípio fundamental que rege a economia de mercado e que você não encontrará em nenhum manual, é o seguinte: nada produzido pode ter uma vida útil maior que o necessário para manter o consumo cíclico. 

Em outras palavras, é fundamental que as coisas quebrem, falhem e deteriorem-se dentro de dado tempo. Isso se chama "obsolescência programada". Ela é a espinha dorsal da estratégia de mercado de todos os fabricantes. Muito poucos, claro, admitem essa estratégia abertamente. O que fazem é mascarar o problema no fenômeno da obsolescência intrínseca, muitas vezes ignorando, ou até mesmo suprimindo, novos adventos tecnológicos, que poderiam criar um produto mais SUSTENTÁVEL e DURÁVEL. 

Não bastasse o desperdício, o sistema inerentemente, não permite a produção dos bens mais duráveis e eficientes. 

                     

A obsolescência programada intencionalmente entende que quanto mais tempo um produto funcionar, pior será para o consumo cíclico, e, portanto, para o sistema de mercado. Em outras palavras, a SUSTENTABILIDADE do produto é, na verdade, contrária ao crescimento econômico e por isso há um incentivo direto e reforçado para garantir que a durabilidade de qualquer produto seja curta. Na realidade o sistema não pode funcionar de outra maneira." Trecho extraído do documentário "Zeitgeist"


Metamorfose da sociedade: em busca da identidade perdida

As verdadeiras causas da crise política são: a hipocrisia ocidental e a estupidez generalizada. Ficamos presos à discussões políticas sobre corrupção, e aos algozes que seriam os grandes responsáveis pela miséria e a retroação da humanidade. 

Não tenho a intenção de defender corruptores, mas é evidente que o poder corrompe. Ficamos presos a críticas insalubres, ao invés de buscarmos conhecimento, ou seja, a causa do que realmente vem a retardar a evolução da nossa existência. 


A causa da crise política, econômica e social, não se restringe, somente à ações desonestas e corruptas de determinados indivíduos ou grupos. A crise é muito mais complexa e abstrata do que imaginamos. A objetividade das projeções midiáticas minimiza e escamoteia a verdade, que transcende simples relatos. Ela se restringe somente aos efeitos da desumanização do ser humano. A crise das civilizações advém da proeminência da técnica e da economia, do material e do quantitativo, causando um mal-estar no meio do bem-estar material, oriundo do pensamento ocidental. 


Aí surge o refluxo identitário, a esquizofrenia social gerada pela ocidentalização dominadora e destrutiva. "Uma das razões para o grande apelo exercido pela teoria da seleção de grupo talvez seja o fato de ela se afinar completamente com os IDEAIS MORAIS E POLÍTICOS partilhados pela maioria de nós. Como indivíduos ou organizações, não raro, nos comportamos de forma egoísta (identidade). Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar (imagem hipócrita)." Richard Dawkins

Memética reducionista

As potencialidades criadoras são inibidas pela padronização, pela burocratização absorvida pelos seres humanos seduzidos por signos persecutórios, que inibem a capacidade intelectual, humanística e dialógica do "ser". Na mensagem emitida e concomitantemente recepcionada pelo senso comum, seres criadores são considerados subversivos e alienados. Os artistas: inventores, músicos, poetas são grandes alquimimistas, desmisticadores, pois fazem grandes e autênticas descobertas que transcendem o enrijecimento social. Suas ideias e capacidades inovadoras são sempre deixadas em segundo plano, pois não obedecem, e "transgridem" à memética da cultura reducionista, que alimenta e condiciona a estupidez humana.
  
                              

terça-feira, 9 de junho de 2015

Exigimos ética apesar de estarmos longe de sermos éticos

Exigimos ética apesar de estarmos longe de sermos éticos Em um dos quadros, do programa televisivo ‪CQC‬, repórter flagra "cidadãos", estacionando seus carros, em vagas para deficientes. Bradamos por nossos direitos. Protestamos contra a corrupção. Exigimos cidadania, mas no momento de sermos cidadãos, nos eximimos das nossas obrigações. 

Não aceitamos sermos corrompidos, mas não pensamos, que talvez, também, estejamos transgredindo e corrompendo. São nos "pequenos" atos de transgressão que conhecemos o comportamento da nossa sociedade. Fico cada vez mais convencido que o aforismo é verdadeiro: "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço." 

A sociedade não respeita os direitos das minorias homossexual, transexual, os dos deficientes físicos e os de outras minorias. Sociedade hipócrita, com sua falsa moralidade, transgride "pequenas" normas de conduta, as quais são reconhecidas em lei. Ela reincide em "pequenos" erros, e crucifica os transgressores das leis mais "contundentes". Vale aqui mais uma máxima: "ninguém tropeça no Pão de Açúcar" 

A verdade é que ela é egoísta, cega e surda. Enxerga, e escuta, àquilo que a interessa. Não transgride, o que realmente deve transgredir: as normas impositivas e o totalitarismo invisível que alimenta a idiotia e a ignorância do senso comum.

Sociedade-mundo x Terror-mundo


"A única alternativa para o ódio e a democracia"

Sem "(...) o reconhecimento desse princípio ético mínimo, não se terá jamais um mundo nobre por meios ignóbeis."

"(...) Estamos sendo convocados a travar, em cada um de nós, um grande combate espiritual. O espírito humano traz em si o pior dos males - incompreensão, cegueira, ilusão, loucura -, mas também traz a possibilidade de racionalidade, de lucidez, de compreensão, de compaixão."

                               

 "(...) Talvez seja necessário avançar ainda mais rumo ao abismo para que haja um verdadeiro sobressalto de salvação, para que a sociedade-mundo se atualize em sociedade de nações e de culturas unidas contra a morte. Com a condição de não se naufragar nela, a catástrofe se converte na última oportunidade."


                                

Fonte: Morin, Edgar. Rumo ao Abismo? Ensaio sobre o destino da humanidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. pág 131 e 134


Educação x Desmistificação

A dificuldade está no modelo mundial de educação (interesse dos governos totalitários na alienação da humanidade), e na falta de interesse dos indivíduos de buscarem outros formas de se educarem, de irem além da educação ditatorial, impositiva proposta pelas organizações de poder, que preferem a idiotia à constrição da desmistificação. É mais fácil alimentar a idiotia, do que ter modelos de educação desmistificadora, incentivados por instituições, e a busca do indivíduo de "subterfúgios" desmistificadores. 


A educação desde a era industrial é instrumental, deixa pouco espaço para a ruptura de modelos mentais. Não conhecemos vários casos de gênios que eram péssimos alunos, e muitos abandonaram a escola? Indivíduos resistentes a serem desafiados e desestruturados, querem apenas "receitas" de um bolo que já está pra lá de cansado e precisaria de uma implosão para uma nutritiva disruptura. 




por Ricardo Bressan e Patricia Galante de Sá.

De genes egoístas a indivíduos cooperativos

Contradições da sustentabilidade

"A dúvida é um dos nomes da inteligência." Jorge Luís Borges A ênfase no ambiental que faz parte do Triple Bottom Line (não deixa de ser importante), mas não é só. O ponto negativo está exatamente aí. Muitas organizações e indivíduos se utilizam da responsabilidade ambiental, e muitas deixam de lado o social e o econômico. Enxergam a sustentabilidade de forma ambígua e restrita, esvaziando a essência e a complexidade do conceito. No nível individual, também, muitos se preocupam somente com a reciclagem e a preservação do meio ambiente, e se esquecem da reciclagem moral e ética. Quantos de nós são cegos em relação à miséria social.


Criticamos, mas passamos às pressas por aqueles que consideramos viver à "margem da sociedade". Enfim, não vemos, e não ouvimos, o som ao redor. A sustentabilidade abrange um terreno muito mais vasto que somente o meio ambiente. 

Utilizar-se somente do uníssono ambiental, e minimizar o conteúdo econômico e social, esvazia a complexidade do conceito é a execução sustentável. O discurso e a construção de mensagens voltadas somente para um aspecto da sustentabilidade, desvia a visão ampla do conceito, que deveria abranger a alteridade, o altruísmo, para com as mais diversas necessidades da humanidade.



 "Apesar de ser um ardente darwinista, quando tento explicar porque estamos aqui, eu também sou um ardente antidarwinista quando se trata de planejar, e eu realmente quero dizer planejar o tipo de sociedade na qual desejamos viver. Podemos fazer planos para o futuro. Podemos fazer planos para um futuro altruísta, deixando para trás os ditames de nossos genes egoístas." Richard Dawkins

Política da destruição


A educação tradicional traz conhecimentos restritos e especializados, incapazes de compreender a complexidade das causas. Uma arquitetura ligada aos feitos deterministas, e não à transcendência a que se propõem o conhecimento humanístico. A estrutura determinista incapacita a intelectualidade, a capacidade de reconhecer a essência, a fundamentação da problemática global.


A aparência constitui a realidade: imagem é tudo, identidade é nada

O espaço público privado só abriga o que é "relevante", de modo que subjetivismos (experiências ou virtudes advindas deles), não encontram abrigo, conforto ou comodidade, não têm relevância nesse local, ao contrário são repugnados, rechaçados. Com isso o "irrelevante" é desprezado pelo domínio privado. A subjetividade perde sua grandiosidade para a superficialidade, futilidade, superfluidade transformada em necessidade pela construção de discursos, mensagens e imagens grandiosas de persuasão manipuladas pelas organizações de poder.
  
                          

Por que a a arte é inacessível (financeiramente) e desprezada pela sociedade?

Não é interessante que ela, com seu efeito catártico, gere reflexão, pensamento, senso crítico, desperte a necessidade do indivíduo de desmistificar, buscar caminhos que o leve próximo de "outra realidade".
A arte nunca vai ser incentivada e facilitada, pois contradiz os discursos e os códigos culturais ditatoriais, que tem como objetivo manter o ser humano sob a rédea curta das organizações de poder.

terça-feira, 2 de junho de 2015

Boticário e água benta


O preconceito, seja ele ligado à etnia, sexo ou credo é um meme cultural disseminado por indivíduos desinformados que tem um posicionamento direcionado pela ignorância (falta de conhecimento) histórica e humanística.


Seja no Antigo e no Novo Testamento, parábolas e aforismos são interpretados e disseminados, muitas vezes, de forma errônea.

Principalmente na era cristã, com o surgimento do catolicismo, e depois com as instituições protestantes, desenvolveram-se diversos tabus construídos pela dislexia dos religiosos ortodoxos.
Antes de Cristo, entre os gregos e romanos, não existia esse tipo de tabu. A homossexualidade era comum à Physis (natureza) desses povos. Enfim, todas as discriminações no planeta Terra, foram concebidas pelos seres humanos, por interesses políticos, econômicos e ideológicos. Da mesma forma que o repudio à discriminação é movido por esses mesmos interesses.

  

No caso dos homossexuais, o capital descobriu o potencial desses consumidores, em sua maioria, com ótimo poder aquisitivo e gosto refinado.

Assim, a causa de se configurar um novo meme que extinga o preconceito contra essa minoria, está clara. Interesses muito mais econômicos do que humanísticos.

Mesmo que assim seja, teríamos que começar de alguma forma, independente das intenções, esse processo de quebrar de tabus.

Segundo o zoologista Richard Dawkins, criador do conceito, o meme é um código cultural que prevalece de acordo com a sua força de transmissão e assimilação dentro do organismo social. Usado como metáfora, Dawkins, analogamente, observa o processo de evolução cultural, assemelhando-o à teoria da evolução de Darwin: um meme seria como um gene, ou seja, sobrevive aquele que melhor se adapta ao meio. Assim, como o gene, ele mantém sua capacidade ou força de persuasão, até ser eliminado ou superado por um novo meme.

Ele descreve os seres humanos como veículos e replicadores de genes (porção do DNA capaz de produzir um efeito no organismo que seja hereditário e possa ser alvo da seleção natural) e de memes que se replicam e sobrevivem de forma semelhante aos genes, através de um processo de seleção e competitividade. Segundo ele, somos veículos, mas não necessariamente serviçais:

"Somos construídos como máquinas de genes e educados como máquinas de memes, mas temos o poder de nos revoltar contra os nossos criadores. Somos os únicos na Terra que temos o poder de nos rebelar contra a tirania dos replicadores egoístas".

Para Dawkins, uma das razões para o grande apelo exercido pela teoria da seleção de grupo talvez seja o fato de ela se afinar completamente com os IDEAIS MORAIS E POLÍTICOS partilhados pela maioria de nós. Como indivíduos ou organizações, não raro, nos comportamos de forma egoísta (identidade). Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar (imagem).

Enfim, parabéns ao Boticário pelo posicionamento e a excelente estratégia de marketing finalizada com a linda mensagem projetada pela propaganda que segue:


segunda-feira, 1 de junho de 2015

O progresso da involução

A evolução técnica, a econômica e a científica são as grandes responsáveis pela involução da humanidade, e pela degradação do planeta Terra.
O progresso técnico não deve ser apreciado somente como uma evolução para o melhor. O que importa observar é o paradoxo: progresso involutivo, ou seja, o que se subtrai com o "progresso" técnico, material e urbanístico.
"A técnica pode ser utilizada para o melhor e para o pior. Incontrolados pelos seres humanos, as forças científicas/técnicas/econômicas conduzem a degradações irreversíveis, a começar pelas da biosfera que terão consequências extremamente nefastas para a sobrevivência da humanidade". Edgar Morin
Não devemos nos abster da evolução, mas reconhecer os principais potenciais de crise do progresso, responsáveis pela degradação da humanidade, e nos mobilizarmos para promover uma revolução que venha alterar as premissas da pragmática tecnicista e mecânica da progressão reducionista.
A ciência é elucidativa, mas ao mesmo tempo provoca a cegueira, na medida em que não consegue perpetrar uma revolução do progresso involutivo, que consiste em ultrapassar o reducionismo e a fragmentação do real, imposta pela metalinguagem produzida pelas organizações de poder e pelas disciplinas fechadas, ditatoriais e totalitaristas que obscurecem a verdadeira realidade dos fatos.
A barbárie ilusionista do cálculo "ignora o humano do ser humano": seu sentimento, entusiasmo e sofrimento.
Enfim, a ideia do humano, absorvida pelo senso comum, reduz o ser humano ao Homo sapiens, ao Homo faber, ao Homo economicus.
            
Fonte: 
Morin, Edgar. Rumo ao Abismo? Ensaio sobre o destino da humanidade. Editora Bertrand Brasil. Rio de Janeiro, 2011.

A cultura de massa causa sérios problemas à saúde mental

Principal sintoma: ignorância consensual

O hábito de assistir programas de televisão (em sua maioria fúteis, tendenciosos e sensacionalistas) causa sérios danos ao cérebro. O costume obsessivo e compulsivo desse tipo de distração conspurca o "ser" pensante.


Leia o artigo:


Sobre a “hipnose” da televisão – Eckhart Tolle
“Para um número significativo de pessoas, ver televisão é algo “relaxante”. Observe a si mesmo e verá que, quanto mais tempo sua atenção permanece tomada pela tela, mais sua atividade intelectual se mantém suspensa.

Assim, por longos períodos você estará assistindo a atrações como programas de entrevistas, jogos, shows de variedades, quadros de humor e até mesmo a anúncios sem que quase nenhum pensamento seja gerado pela sua mente.
Você não apenas deixa de se lembrar dos seus problemas como se torna livre de si mesmo por um tempo – e o que poderia ser mais relaxante do que isso?
Então ver televisão cria o espaço interior?
Será que isso nos faz entrar no estado de presença?
Infelizmente, não é o que acontece.Embora a mente possa ficar sem produzir nenhum pensamento por um bom tempo, ela permanece ligada à atividade do pensamento do programa que está sendo exibido. Mantém-se associada à versão televisiva da mente coletiva e segue absorvendo seus pensamentos.

Sua inatividade é apenas no sentido de que ela não está gerando pensamentos. No entanto, continua assimilando os pensamentos e as imagens que chegam à tela. Isso induz um estado passivo semelhante ao transe, que aumenta a suscetibilidade, e não é diferente da hipnose.É por isso que a televisão se presta à manipulação da “opinião pública”, como é do conhecimento de políticos, de grupos que defendem interesses específicos e de anunciantes – eles gastam fortunas para nos prender no estado de inconsciência receptiva. Querem que seus pensamentos se tornem nossos pensamentos e, em geral, conseguem.Portanto, quando estamos vendo televisão, nossa tendência é cair abaixo do nível do pensamento, e não nos posicionarmos acima dele. A TV tem isso em comum com o álcool e com determinadas drogas. Embora ela nos proporcione um pouco de alívio em relação à mente, mais uma vez pagamos um preço alto: a perda da consciência. Assim como as drogas, essa distração tem uma grande capacidade de viciar.Procuramos o controle remoto para mudar de canal e, em vez disso, nos vemos percorrendo todas as emissoras. Meia hora ou uma hora mais tarde, ainda estamos ali, passeando pelos canais. O botão de desligar é o único que nosso dedo parece incapaz de apertar. Continuamos olhando para a tela. Porém, normalmente não porque algo significativo tenha chamado nossa atenção, e sim porque não há nada interessante sendo transmitido.
Depois que somos fisgados, quanto mais trivial e mais sem sentido é a atração, mais intenso se torna nosso vício. Se isso fosse estimulante para o pensamento, motivaria nossa mente a pensar por si mesma de novo, o que é algo mais consciente e, portanto, preferível a um transe induzido pela televisão. Dessa forma, nossa atenção deixaria de ser prisioneira das imagens da tela.O conteúdo da programação, caso apresente alguma qualidade, pode até certo ponto neutralizar, e algumas vezes até mesmo desfazer, o efeito hipnótico e entorpecedor da TV. Existem determinados programas que são de uma utilidade extrema para muitas pessoas – mudam sua vida para melhor, abrem seu coração, fazem com que se tornem mais conscientes. Há também algumas atrações humorísticas que acabam sendo espirituais, mesmo que não tenham essa intenção, por mostrarem uma versão caricata da insensatez humana e do ego.Elas nos ensinam a não levar nada muito a sério, a permitir um pouco mais de descontração e leveza na nossa vida. E, acima de tudo, nos ensinam isso enquanto nos fazem rir. O riso tem uma extraordinária capacidade de liberar e curar. Contudo, a maior parte do que é exibido na televisão ainda está nas mãos de pessoas que são totalmente dominadas pelo ego.Assim, a intenção oculta da TV é nos controlar nos colocando para dormir, isto é, deixando-nos inconscientes. Evite assistir a programas e anúncios que o agridam com uma rápida sucessão de imagens que mudam a cada dois ou três segundos ou menos. O hábito de assistir à televisão em excesso e essas atrações em particular são duas causas importantes do transtorno de déficit de atenção, um distúrbio mental que vem afetando milhões de crianças em todo o mundo. A atenção deficiente, de curta duração, torna todos os nossos relacionamentos e percepções superficiais e insatisfatórios. Qualquer coisa que façamos nesse estado, qualquer ação que executemos, carece de qualidade, pois a qualidade requer atenção.
O hábito de ver televisão com freqüência e por longos períodos não só nos deixa inconscientes como induz a passividade e drena toda a nossa energia. Portanto, em vez de assistir à TV ao acaso, escolha os programas que despertam seu interesse. Enquanto estiver diante dela, procure sentir a vívida atividade dentro do seu corpo – faça isso toda vez que se lembrar.De vez em quando, tome consciência da sua respiração. Desvie os olhos da tela em intervalos regulares, pois isso evitará que ela se aposse completamente do seu sentido visual. Não ajuste o volume acima do necessário para que a televisão não o domine no nível auditivo. Tire o som durante os intervalos. Procure não dormir logo após desligar o aparelho ou, ainda pior, adormecer com ele ligado.”

Eckhart Tolle em O Despertar de Uma Nova Consciência

A verdadeira realidade dos fatos


Apuração, investigação e diálogo aproximam mais o fato da realidade. Quanto mais minucioso e contundente o embate com ela, menos dúbia se torna a verdade. Dentro da versão, sempre se encontra a inversão movida por interesses e inverdades ideológicas de cada grupo. A dúvida estimula a ação para a desmistificação.

Imagem x identidade

No ambiente corporativo, as assessorias de imprensa e as agências de publicidade (em sua maioria desconectadas da identidade da empresa), brifadas pelo marketing ou pela comunicação institucional da corporação, projetam uma excelente imagem que não condiz com a sua identidade.

As organizações deveriam se utilizar da COMUNiCAÇÃO para reverem as suas culturas, seus valores (ética), missões e visões. Portanto, alinhar e adequar a cultura institucional a de seus públicos de interesse.

Dessa forma, por meio de um método dialógico, identificariam quais são as verdadeiras necessidades organizacionais em consonância com as de seus stakeholders.


Enfim, o objetivo não é alinhar ou impor a gestão (de natureza impositiva) por meio da comunicação, ao contrário, é apurar, investigar e diagnosticar processos e operações que revertam as reminiscências atávicas, que gerem resultados perenes, consequência da credibilidade e das relações duradouras entre a organização e os seus públicos de interesse.

A natureza das organizações


Percebe-se, numa análise subjetiva, a nossa natureza egoísta. Sendo as organizações formadas por pessoas, na maioria das vezes, ficam presas às suas idiossincrasias (fraquezas). Uma vez que funcionar por meio de uma consciência coletiva, altruísmo, apreender o outro, ouvi-lo, interagir; deveriam fazer parte de suas preocupações de caráter interno (forças), e não só se limitarem a emissão de mensagens aos stakeholders que reforcem uma “relação” vertical e autômata. Esse deveria ser o objetivo maior da comunicação corporativa. 
Focadas num modelo de comunicação interativo e dialógico, aliado à gestão, teriam mais segurança e firmeza na tomada de decisões. Mais do que comunicados gerenciais ou da alta gestão organizacional, os canais de comunicação interna e suas peças deveriam ter como objetivo integrar a família corporativa, ou seja, utilizar a interação e a troca de conhecimento como meio de diagnosticar e reformular processos e operações para obtenção de resultados perenes.

Transgredir a transgressão


Involuímos, ao compactuar com as normas transgressoras (fictícias) do senso comum, pelas quais somos condicionados:
Transgressoras da liberdade, 
por nos condicionar a ficção, 
por nos cegar, 
por nos distanciar do ser político, do ser democrático 
Cegamos frente à realidade dos fatos
Elucidamos ao desmistificar, 
ao transgredir a transgressão. 


Parafraseando o personagem Clécio, interpretado pelo espetacular ator Irandhir Santos, no longa metragem "Tatuagem": propaganda negativa, tendenciosa e de graça tem público garantido por meio dos grandes meios de comunicação noticiosos (mídia espontânea).




Dr. Drauzio Varella e a redução da maioridade penal

Dr. Drauzio Varella, autor do livro Carandiru, onde narra sua vasta experiência, de mais de uma década, atendendo presidiários, posiciona-se em relação à diminuição da maioridade penal.