sexta-feira, 9 de maio de 2014

Memes da destruição: O Mal do século XXI

O gene egoísta, livro do zoologista Richard Dawkins, publicado em 1976, remeteu-me ao conceito de meme, termo muito usado atualmente, e, que, em minha visão, tem a ver com a mudança paradigmática: causa dos acontecimentos catastróficos atuais.


Segundo Dawkins, criador do conceito, o meme é um código cultural que prevalece de acordo com a sua força de assimilação pela sociedade. Dawkins, analogamente, observa o processo de evolução cultural, assemelhando-o à teoria da evolução de Darwin: um meme seria como um gene, sobrevive aquele que melhor se adapta ao meio. Assim, como o gene, ele mantém sua capacidade ou força de persuasão, até ser eliminado ou superado por um novo meme.



Quando superaremos esse mal?


Nos dias de hoje, usuários da internet, principalmente das mídias sociais, são também influenciadores de opinião potenciais. Muitos deles, em busca de visibilidade, emitem mensagens e opiniões irresponsáveis que influenciam a opinião pública e por consequência a sua ação. Muitos "cidadãos", sem senso crítico, passam a tomar atitudes e a se comportarem de forma insana, influenciados por fofocas virtuais e opiniões de "jornalistas" ególatras, irresponsáveis, com "valores" e visão de mundo deturpados pela avareza. 


"A atitude dos vingadores é até compreensível. O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo legítima defesa coletiva. E, os defensores dos direitos humanos que se apiedaram do marginalzinho preso ao poste, eu lanço uma campanha: faça um favor ao Brasil, adote um bandido". Rachel Sheherazade

"Daí surgem enlouquecidos que amarram um jovem ladrão num poste, espancam cruelmente outro e 
são capazes de cercar, jogar no chão, dar pauladas e passar com a bicicleta em cima da cabeça de uma moça indefesa, mãe de dois filhos. Por que? Alguém postou na internet desenho de uma suposta "bruxa" que sequestraria crianças para rituais macabros. E outro alguém achou que era Fabiane Maria de Jesus, 33. E outros "alguéns" foram atrás. E dezenas de mais "alguéns" deixaram acontecer. Onde nós estamos?" Eliane Cantanhêde
Fonte: Trecho do artigo: "Onde nós estamos", de Eliane Cantanhêde, veiculado, nesta quinta-feira, na Folha de SP.