segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Tragédia em Santa Maria: Comunicação não é discurso, é fato




A tragédia de Santa Maria causa comoção, solidariedade e tristeza em todo o país e repercute em todo o mundo.

Os meios de comunicação, principalmente, a grande mídia explorarão ao máximo o fato durante toda a semana, como acontece normalmente em casos que despertam  emoção e apreensão da opinião pública 

Por mais dolorosa que seja, a morte de 231 jovens, em sua maioria, universitários, esse artigo tem como objetivo discutir a atuação da mídia em relação aos fatos.

Em casos assim,  o sofrimento é transformado em especulação e suspeitas , pouco se preocupa com os fatos. A realidade é recheada de comentários e opiniões, na maioria das vezes irresponsáveis a favor do “espetáculo” midiático. Quem culpar? Seguranças? Os órgãos públicos que não cumpriram com a devida fiscalização, quanto ao funcionamento do estabelecimento?   Os donos da casa?  Os músicos?

Nada disso é mais importante do que a assistência psicológica as vitimas do acidente. A mobilização de toda uma sociedade chocada, para com as necessidades das vítimas hospitalizadas que necessitam de doações de sangue.

As autoridades devem apurar corretamente o caso, sem tomar atitudes precipitadas. Esvaziar a realidade de conteúdos opinativos e tendenciosos. O papel de nós comunicadores é relatar fatos e não construções e discursos, que se apoiam em testemunhos e suspeitas, levados pela emoção do ocorrido. Comunicação não é retórica, como tenho visto nas coberturas jornalistas.

A precipitação da mídia que forma a opinião pública incluem advogados, delegados, promotores, juízes, ou seja, toda a sociedade, causando danos irreversíveis aos “prováveis” culpados, que tardiamente, depois de terem a imagem denegrida, dificilmente conseguem recuperar a reputação.

“Um dos donos da boate Kiss, que pegou fogo na madrugada de domingo (27) em Santa Maria, e dois músicos da banda que se apresentavam  na hora em que começou o incêndio foram presos na manhã desta segunda-feira. Os pedidos de prisão, de caráter temporário de cinco dias, foram decretados pelo juiz Regis Adil Bertolin.
Um caso emblemático da irresponsabilidade da mídia que causou danos irreparáveis aos prováveis culpados, foi o da Escola Base, no município de São Paulo, fechada em 1994 quando seus proprietários e uma professora foram injustamente acusados de abuso sexual contra alguns alunos de quatro anos.
O chamado Caso Escola Base envolve o conjunto de acontecimentos ligados à cobertura considerada parcial por parte da imprensa, e as atitudes precipitadas e muito questionadas por parte do delegado responsável pelo caso, que supostamente teria agido pressionado pela mídia televisiva e pelas manchetes de jornais.   


Poderia emitir minha opinião em relação ao ocorrido.  O que acho das atitudes dos seguranças, como a do músico que disparou o sinalizador. Como jornalista não é essa minha função.  
Ricardo Bressan