segunda-feira, 29 de junho de 2015

Por que os "líderes" organizacionais não tratam seus públicos de interesse, já que passam a maior parte do tempo com eles (família corporativa), como tratam suas famílias de sangue?

Porque provavelmente eles as tratam com o mesmo desinteresse que seus públicos de interesse. Suprem necessidades supérfluas, e não pensam no futuro existencial de sua espécie, incluindo suas crias. Não se atém a prover as necessidades futuras, e sim, a suprir necessidades imediatas, alienando-os, quanto ao que os espera num futuro não muito longínquo.

  

Sem conceitos e conhecimento humanístico não há técnica, prática ou metodologia que sejam bem sucedidas, em médio e em longo prazo

A técnica e o método desvinculadas de um paradigma humanístico, dialógico e histórico fortalece o automatismo atávico das organizações, e encrudesce o nível operacional, que poderia ser transcendente, se melhor diagnosticado, por meio de estratégias conduzidas por conceitos ALTRUÍSTAS e COMPENSATÓRIOS com base na ALTERIDADE. Sem COMPENSAÇÕES sociais, ambientais e econômicas, com as mudanças paradigmáticas que se configuram no organismo social, corporações serão cada vez menos dignas de RECOMPENSAS, por parte da humanidade.
  
                           

Pensar simples com eficiência

Por meio do conhecimento humanístico aliado a técnica, podemos dar início à grandes transformações 


"Estamos sempre esperando pegar instituições fazendo coisas erradas". Cléber Machado

As crises institucionais e pessoais não são vistas com tanta seriedade pela sociedade. Quando uma crise aparece, ninguém mais se surpreende. Estamos à beira do colapso, da deslegitimação dos indivíduos, das instituições. Espero que com todos os escândalos que emergem de forma desastrosa, com as organizações e os seus dirigentes necrosadas pela burocracia e corrupção, comecem a reformular eticamente as suas culturas, missões e visões, com estratégias e execuções que conciliem o marketing e a publicidade ao fortalecimento institucional, ou seja, que a imagem seja condizente com a identidade pessoal e corporativa.


"Estamos no fim da História porque já realizamos todas as grandes possibilidades humanas e sociais: a democracia parlamentar e a economia liberal." Francis Fukuyama

"Para que haja um novo começo, uma nova evolução, é preciso que as forças de geração e regeneração contidas na própria natureza do ser humano, como indivíduo e como ser social, despertem e se desenvolvam." Martin Heidegger

"A humanidade evitará o desastre ou recomeçará a partir do desastre? Já nos encontramos nos inícios de um caos. O caos pode ser destruidor, pode ser genésico, trata-se, talvez, da última oportunidade no último risco. Dito de outra forma, para que haja outro começo na humanidade, é preciso retornar à fonte, ou melhor, é preciso que a fonte readquira seu vigor." Edgar Morin

  

Por mais que as crises nos desestabilizem, como em outros percalços na vida, as corporações e as pessoas conseguem se superar

"(...) Por mais que as crises nos desestabilizem, como em outros percalços na vida, as corporações e as pessoas conseguem se superar." João José Forni 

A única forma de superar crises organizacionais e pessoais (é o que vemos todos os dias projetadas pelos meios de comunicação, que são responsáveis pela informação e até pela potencialização das crises) é ser transparente, assumindo os erros por mais aterradores que sejam. Toda crise, por mais destrutiva que pareça ser, tem sua raiz na causa e não na consequência. 

Quanto mais se evita tratar a causa, mais doente se torna o indivíduo ou a organização, tornando-se quase impossível curar a doença que se torna progressiva, atingindo todos os órgãos vitais do ser humano e no caso das organizações todos os seus setores, inutilizando o seu funcionamento vital pelo sintoma que mais as atinge: a burocracia sistêmica, atávica e corrupta.

Para evoluirmos devemos nos desvincular da nossa natureza egoísta


Em minha opinião, a grande dificuldade de evoluirmos, e ficarmos isentos das mazelas que o mundo nos oferece, e nos condiciona, é construir uma sociedade em que os seres humanos cooperem de forma altruísta e com alteridade para o bem-estar comum. Não devemos esperar ajuda por parte da nossa natureza, que é de origem egoísta.

   

A única coisa verdadeira é o sonho


"A única coisa verdadeira é o sonho". Orson Welles 

Esse aforismo simplifica que a busca da verdade empírica, essa sim, mais próxima da realidade dos fatos, é utópica, porém aproxima a objetividade à verdadeira realidade dos fatos, apesar de ficar restrita à desmistificação, sem um poder efetivo de ação. 

A metalinguagem das organizações de poder escamoteia a verdade por meio da projeção de mensagens e discursos bem elaborados com objetivo de persuadir a opinião pública a absorver a realidade falaciosa como verdade incontestável. 


Quando mais desmistificamos as falácias, mais nos aproximamos do "sonho" e dos riscos que ele nos oferece se levado a público: "Se eu tivesse escrito toda a verdade que eu soube durante os últimos dez anos, cerca de 600 pessoas - incluindo eu - estariam apodrecendo em prisões do Rio até Seattle até hoje. "VERDADE ABSOLUTA" é uma comodidade muito rara e perigosa no contexto do jornalismo profissional." Hunter S. Thompson

A desigualdade e o estresse psicossocial advém, em sua essência, do sistema sócioeconômico

O fenômeno da desigualdade social (saúde, saneamento básico, educação e a pobreza, em geral) tem suas raízes no que pode ser chamado de "estresse psicossocial" e está na base das grandes distorções sociais que assolam nossa sociedade atual. Sua causa? O sistema mercantil-monetário. Não se engane: o maior destruidor da ecologia; a maior fonte de desperdício, esgotamento e poluição; o maior incitador da violência, guerra, crime, probreza, abuso animal e desumanidade; o maior gerador de neuroses sociais e individuais, de doenças mentais, depressão e ansiedade - para não falar da maior fonte de paralisia social -, que nos impede de adotar novas metodologias para a SAÚDE PESSOAL, para a SUSTENTABILIDADE e o progresso neste planeta, não é, necessariamente responsabilidade de nenhum governo corrupto ou legislação, nenhuma corporação perversa ou cartel bancário, falha da natureza humana ou de uma sociedade secreta que controla o mundo. É, na verdade, o próprio sistema socioeconômico, em sua essência. 
                                                                                   
                                                                                  


Fonte: Zeitgeist; Moving Forward

Obsolescência programada: a SUSTENTABILIDADE da INSUSTENTABILIDADE

O princípio fundamental que rege a economia de mercado e que você não encontrará em nenhum manual, é o seguinte: nada produzido pode ter uma vida útil maior que o necessário para manter o consumo cíclico. 

Em outras palavras, é fundamental que as coisas quebrem, falhem e deteriorem-se dentro de dado tempo. Isso se chama "obsolescência programada". Ela é a espinha dorsal da estratégia de mercado de todos os fabricantes. Muito poucos, claro, admitem essa estratégia abertamente. O que fazem é mascarar o problema no fenômeno da obsolescência intrínseca, muitas vezes ignorando, ou até mesmo suprimindo, novos adventos tecnológicos, que poderiam criar um produto mais SUSTENTÁVEL e DURÁVEL. 

Não bastasse o desperdício, o sistema inerentemente, não permite a produção dos bens mais duráveis e eficientes. 

                     

A obsolescência programada intencionalmente entende que quanto mais tempo um produto funcionar, pior será para o consumo cíclico, e, portanto, para o sistema de mercado. Em outras palavras, a SUSTENTABILIDADE do produto é, na verdade, contrária ao crescimento econômico e por isso há um incentivo direto e reforçado para garantir que a durabilidade de qualquer produto seja curta. Na realidade o sistema não pode funcionar de outra maneira." Trecho extraído do documentário "Zeitgeist"


Metamorfose da sociedade: em busca da identidade perdida

As verdadeiras causas da crise política são: a hipocrisia ocidental e a estupidez generalizada. Ficamos presos à discussões políticas sobre corrupção, e aos algozes que seriam os grandes responsáveis pela miséria e a retroação da humanidade. 

Não tenho a intenção de defender corruptores, mas é evidente que o poder corrompe. Ficamos presos a críticas insalubres, ao invés de buscarmos conhecimento, ou seja, a causa do que realmente vem a retardar a evolução da nossa existência. 


A causa da crise política, econômica e social, não se restringe, somente à ações desonestas e corruptas de determinados indivíduos ou grupos. A crise é muito mais complexa e abstrata do que imaginamos. A objetividade das projeções midiáticas minimiza e escamoteia a verdade, que transcende simples relatos. Ela se restringe somente aos efeitos da desumanização do ser humano. A crise das civilizações advém da proeminência da técnica e da economia, do material e do quantitativo, causando um mal-estar no meio do bem-estar material, oriundo do pensamento ocidental. 


Aí surge o refluxo identitário, a esquizofrenia social gerada pela ocidentalização dominadora e destrutiva. "Uma das razões para o grande apelo exercido pela teoria da seleção de grupo talvez seja o fato de ela se afinar completamente com os IDEAIS MORAIS E POLÍTICOS partilhados pela maioria de nós. Como indivíduos ou organizações, não raro, nos comportamos de forma egoísta (identidade). Nos momentos idealistas reverenciamos e admiramos aqueles que colocam o bem-estar dos outros em primeiro lugar (imagem hipócrita)." Richard Dawkins

Memética reducionista

As potencialidades criadoras são inibidas pela padronização, pela burocratização absorvida pelos seres humanos seduzidos por signos persecutórios, que inibem a capacidade intelectual, humanística e dialógica do "ser". Na mensagem emitida e concomitantemente recepcionada pelo senso comum, seres criadores são considerados subversivos e alienados. Os artistas: inventores, músicos, poetas são grandes alquimimistas, desmisticadores, pois fazem grandes e autênticas descobertas que transcendem o enrijecimento social. Suas ideias e capacidades inovadoras são sempre deixadas em segundo plano, pois não obedecem, e "transgridem" à memética da cultura reducionista, que alimenta e condiciona a estupidez humana.