sexta-feira, 12 de julho de 2013

QUANTO MENOR A INTERMEDIAÇÃO, MAIOR A POSSIBILIDADE DE DESMISTIFICAÇÃO


Numa SOCIEDADE EM REDE fica cada vez mais difícil manter a ESQUIZOFRENIA SOCIAL. As informações são compartilhadas em tempo real. Cidadãos estão mais próximos da realidade dos fatos e não mais tão submissos a construções de discursos, sejam eles, midiáticos, públicos ou privados. 


Organizações, ou qualquer que seja o segmento da sociedade que se utilize de meios espúrios, não se dão conta que fazem parte de um organismo que se alicerça em novas bases, numa nova configuração ou transição de paradigmas, que estimula a interação e a evolução da cognição social . No caso, as entidades de classe, mais especificamente, sindicatos, mostram com esse posicionamento a clareza de sua identidade. Aproveitam-se das manifestações e da "ingenuidade” dos cidadãos, como manobra de massa para objetivos espúrios. Nos dias de hoje, a imagem anda numa linha tênue com a identidade. Hoje cidadãos comuns são emissores de informação e interagem constantemente o que dá a eles maior possibilidade de se aproximarem da REALIDADE DOS FATOS. QUANTO MENOR A INTERMEDIAÇÃO, MAIOR A POSSIBILIDADE DE DESMISTIFICAÇÃO.

Organizações devem se posicionar de forma ética se quiserem manter credibilidade e confiança junto a seus públicos de interesse. Imagens organizacionais não se sustentam por muito tempo se forem antagônicas as suas identidades.  

PODER e SOBERANIA SOCIAL

Todo regime democrático, qualquer que seja seu sistema, tem como estrutura a constituição. No caso do Brasil, na ”Constituição Cidadã”, está prevista a liberdade de expressão de qualquer segmento que faça parte da sociedade. 

O que vimos, no mês que se passou e no que se inicia, foi a visão da sociedade, no inicio, de uma parte dela mais esclarecida, politizada e organizada, valer-se desse direito que através do Movimento Passe Livre (MPL) conseguiu a redução da tarifa dos transportes públicos.

O PODER e a SOBERANIA dessa MOBILIZAÇÃO SOCIAL se mostrou eficaz e os órgãos governamentais não viram outra possibilidade de acordo senão a redução da tarifa.

A sociedade desde então, percebendo seu poder politico, insurgiu com uma série de manifestações advindas das mais diversas minorias que vêm se organizando a cada dia, entre elas — estudantes, homossexuais, médicos, caminhoneiros, metalúrgicos e outras—, cada qual, com suas reinvindicações específicas.

A reforma politica vem acontecendo e não é através de plebiscito ou referendo —democracia direta, quando o povo decide diretamente cada assunto por votação , que se efetivará o desenvolvimento politico, econômico e social. Ela tem vindo do poder participativo das minorias, ou seja, de baixo para cima, do poder horizontal sobre o vertical, que transbordou daquelas mais politizadas, com senso critico e conhecimento humanístico, denominada por um comentarista  de CLASSE MÉDIA REVOLTOSA SEM FUNDAMENTO DE CAUSA. Como ele disse: "Esses revoltosos de classe média não valem nem vinte centavos".


SOCIEDADE EM REDE

Fica claro que a verdadeira reforma politica vem da liberdade de expressão das massas, ou seja, das minorias organizadas, de um novo poder que toma forma “A sociedade em rede” tão propalada por Manuel Casttels. O desenvolvimento social e econômico tão almejado virá dessa liberdade. Elias Canetti, em seu livro “Massa e Poder”’, descreve as consequências do poder sobre as massas.

A distinção da previsão entre os dois autores se dá no âmbito tecnológico. À época de Canetti, as manifestações das massas acossadas se davam de forma mais violenta por falta de um canal democrático efetivo, como o que existe hoje na era do conhecimento. A tecnologia digital, através das redes sociais tem possibilitado a interação, a troca de informações, sem a intermediação do poder das organizações, sejam elas públicas, privadas e privadas midiáticas (meios de comunicação de massa). 

Vivemos uma transição paradigmática. O cidadão ganhou voz, essa, cada vez mais, estridente. 

A representatividade da grande maioria de nossos políticos há muito nos mostra a verdadeira face da politica atual: a "arte" de governar permite ao dirigente ou governante ter "poder" para realizações hedonistas inerentes a sua idiossincrasia ególatra, em detrimento do bem estar  geral de sua nação.
Referências:
CANETTI, Elias. Massa e Poder. 2º ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede. 13º ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2010.
 

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