segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Como cidadãos, pessoas físicas e jurídicas permitiremos que o meme de fazer justiça com as próprias mãos se dissemine no organismo social?

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Nos dias de hoje, em que empresas assumem discursos e projeções de imagem voltados para a Sustentabilidade (muitas delas com fins mercadológicos e não institucionais), não poderiam rever seus investimentos como anunciantes de uma emissora de televisão que dá espaço e tempo a um discurso discriminatório e fascista?


Como formadora de opinião, a jornalista Rachel Sherazade influencia grande parte da opinião pública em relação aos casos de violência urbana. Seu discurso veiculado na grande mídia, traz consigo a capacidade de incitar novos casos de força coletiva, como podemos confirmar pelas recentes notícias:

Suspeito é amarrado a poste após assalto em lanchonete de SC


Calouro é amarrado a poste em trote da Faculdade Casper Líbero


A opinião de Sherazade potencializou ainda mais a inversão de valores de uma sociedade preconceituosa, desprovida de educação política, conhecimento histórico senso crítico e dialógico. 

Muitos se respaldam na liberdade de expressão ou de imprensa para justificar suas irresponsabilidades. E a deontologia jornalística? A falta de ética não pode ser justificada ou apoiada na liberdade de expressão.

Como li outro dia: "O usofruto dos direitos civis requer o sentido de pertencimento, o qual não é dado pelos serviços públicos e, por extensão pelo Estado, mas sim pelo poder de compra, pelo ser aceito no mercado como consumidor." 



Construção de signos: os replicadores egoístas



Richard Dawkins, zoólogo, em 2005, eleito o mais influente intelectual britânico pela revista Prospect, foi quem criou o conceito do meme, que segundo ele é um código cultural que prevalece de acordo com a sua força de transmissão e assimilação dentro do organismo social. Usado como metáfora, Dawkins, analogamente, observa o processo de evolução cultural, assemelhando-o à teoria da evolução de Darwin: um meme seria como um gene, ou seja, sobrevive aquele que melhor se adapta ao meio. Assim, como o gene, ele mantém sua capacidade ou força de persuasão, até ser eliminado ou superado por um novo meme.
Sendo assim, podemos inferir que os memes verticalizados, sejam os das organizações públicas, privadas ou da grande mídia (que contém os códigos culturais e que até há pouco tempo prevalecia e conduzia soberano a conduta social) defrontam-se, hoje, com novos memes, que se formam nas redes sociais dentro do ambiente das mídias digitais, num embate constante com o automatismo da REPLICAÇÃO EGOÍSTA ou verticalizada.

Ele descreve os seres humanos, como veículos e replicadores de genes (porção do DNA capaz de produzir um efeito no organismo que seja hereditário e possa ser alvo da seleção natural) e de memes que se replicam e sobrevivem de forma semelhante aos genes, através de um processo de seleção e competitividade. Segundo ele, somos veículos, mas não necessariamente serviçais:

"Somos construídos como máquinas de genes e educados como máquinas de memes, mas temos o direito de nos revoltar e discordar contra os seus criadores. Somos os únicos na Terra que temos o poder de nos rebelar contra a tirania dos replicadores egoístas".

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