sábado, 4 de abril de 2020

RESPONSABILIDADE CORPORATIVA: CASE GIRAFFAS

A crise por conta da pandemia de coronavírus, além dos infortúnios e perdas causados à população mundial, deve ser vista, também, como forma de avaliação do comportamento estruturado na cultura, valores, visão e missão de cada indivíduo e organização.

Esse é o momento de ressignificarmos nossos posicionamentos intrapessoais, mas, principalmente, interpessoais, de remover nossos defeitos e fortalecer nossas qualidades, nos baseando em virtudes, que, até então, eram difíceis de ser discutidas, por conta da mecânica social, política e econômica, das quais dependemos e estámos inseridos.
Esse momento, pode nos redirecionar a um modelo, menos autômato e pragmático, mais focado no humanismo e dialogismo.

É a hora de todos irmos na contramão de nossos posicionamentos ególatras e hedonistas, tudo isso, infelizmente, de forma forçosa e não espontânea, já que os valores alicerçados pela solidariedade, alteridade, empatia e altruísmo são dependentes desta pandemia, da qual não temos controle.
Vivemos uma situação que jamais acreditamos que viveríamos: a vida do outro depende da ação individual focada no coletivismo, totalmente contrária a filosofia capitalista.

Neste momento, é que realmente nos conhecemos como cidadãos e organizações corporativamente responsáveis. Os que se ativerem as compensações, receberão as suas recompensas.
Num momento, em que a solidariedade é avaliada como item de sobrevivência, aqueles que passarem por ela sem se importarem, eminentemente serão punidos.

Pensando em características, até então, dispensáveis numa sociedade capitalista, líderes começam a reavaliar seus breves momentos de responsabilidade, para transformá-los, mais que em hábitos e virtudes, em ativos inexoráveis.

Quando os valores corporativos, mais do que uma mera formalidade, passarem a ser reflexo das ações individuais da liderança, teremos mais exemplos de empresas cidadãs como Magazine Luiza e Giraffas, que devem ser usados como benchmarking para outras organizações.

Temos que incentivar, estimular e divulgar estes tipos de ações, para que todos se conscientizem qual o seu papel em meio a pandemia do COVID-19:
Depois de anunciar uma doação de R$ 10 milhões ao combate do novo coronavírus, a rede de lojas Magazine Luiza foi além: as famílias Trajano e Garcia decidiram dobrar o valor do chamado “cheque-mãe”, o auxílio-creche da empresa, para funcionárias que não estejam trabalhando em casa, no home office. São aproximadamente 5.500 mulheres beneficiadas.

Carlos Guerra, fundador do Giraffas, dá uma lição de responsabilidade corporativa, ao demitir seu filho Alexandre Guerra, acionista minoritário, após gravação de um vídeo, onde ele incita empresários a não respeitarem a determinação de quarentena, por ser ela prejudicial aos negócios de qualquer empresa.

O que o biólogo Átila Lamarino disse em entrevista para o programa Roda Viva, faz todo sentido: “não é para aquele mundo de antes que a gente vai voltar, nunca mais certamente voltaremos a ele. Vai ser diferente, talvez mais unido”.
Esperamos que esteja certo.
Assista o vídeo:

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