quinta-feira, 11 de abril de 2013

A era da comoditização das marcas


Os seres humanos, por muitas vezes, acreditam que o mundo deva se adaptar as suas ideias e vontades, não o contrário. Assim, nos tornamos pessoas limitadas, numa sociedade em constante transformação que não se adaptará as nossas idiossincrasias. 
   
Ricardo BressanComo nós, as organizações, sejam privadas, públicas, entidades de classe, devem romper com a utopia de que a realidade deva se adaptar as suas ideias e, sim, percorrer o sentido inverso: “fazer a análise da realidade concreta para mudar o curso da história.” Como afirma Francisco Viana em seu livro Comunicação Empresarial de A a Z .    

Quais são os valores que os públicos de interesse esperam das organizações?

Estamos evoluindo para um processo de descentralização, da comoditização das informações, dos produtos e serviços (que condiciona e não determina o comportamento e maneira de agir da sociedade) que inclui Estado, empresas e pessoas. É uma nova estrutura que a era do conhecimento nos leva a aceitar, ou ficaremos à deriva.

As condições são inevitáveis para empresas que queiram sobreviver à comunicação transversal proporcionada pelas mídias digitais. Portanto, como descreve Pierre Lévy, em seu livro Cibercultura, a técnica ou tecnologia (no caso, a digital ) condiciona a sociedade, mas não a submete ou a determina em suas ações.

O que é determinante no que se refere às organizações que fazem parte da sociedade, portanto, inseridas no meio social, são as estratégias. Se elas não estiverem alinhadas e em constante mudança frente as técnicas condicionantes da cultura social serão expurgadas, caso mantenham-se burocratizadas.

Vivemos hoje numa sociedade que vem reformulando seus valores, a cultura e a sua maneira de interagir com o mundo. As organizações não devem agir de forma diferente. Devem ter uma administração contingencial, adequada aos valores e a cultura da sociedade. Sendo assim, o que leva as empresas e as marcas ao fracasso é o determinismo e não o condicionamento.

Os referenciais advindos da revolução industrial não se encaixam mais num mundo que exige mudanças imediatas e emergentes. No seu plano fechado, as empresas devem buscar mudanças internas como as reformulações éticas, de valores e as culturais, que interajam com seus públicos de interesse.

1 Jornalista, mestre em Filosofia Política (PUC-SP) e consultor de empresas.

2 LÉVY, Pierre. Cibercultura. 3ºedição. São Paulo: Editora 34. 2010



Nenhum comentário:

Postar um comentário