quinta-feira, 9 de abril de 2020

MÍDIAS DIGITAIS, UM MAR DE MENTIRAS

Não é novidade, que as mídias digitais servem para a disseminação de um mar de mentiras. Com o WhatsApp ficou ainda pior. É absurda a quantidade de mensagens falaciosas que recebemos por dia. Muitos amigos na efervescência dos ânimos, com a crise política e sanitária, por consequência da pandemia do coronavírus, recorrentemente dizem o seguinte: leia isso, veja se concorda.

Não me deixo levar por informações mentirosas. Pelo menos para mim, hoje tem sido mais fácil identificar logo de cara que determinadas notícias são falsas. Mesmo assim, as táticas de ludibriação são cada vez mais ricas, pois muitas carregam um tom de verdade. 

Não tem sido poucos, os artigos que recebo como sendo de jornalistas brasileiros conceituados.

Uma forma simples, que encontrei para resolver essa situação, e que tem sido satisfatória, é enumerar de três a cinco meios de comunicação digital em quais confio, evitando uma enxurrada de conteúdos, que só fazem com que eu perca tempo. Mais duas ou três lives de jornalistas que admiro e confio piamente. Assim, fica mais fácil filtrar a verdade, e evitar manipulações.
Eu no caso, fico satisfeito com os resultados. O meu interesse não é sugerir nenhum nome, pois o meu objetivo não é ideológico e partidário. Só espero que, independente do posicionamento de cada um, o que importe, seja a busca de fontes, com as quais se identifiquem e confiem.
Constantemente, recebo textos como sendo de autoria de determinadas pessoas.
Ontem, por exemplo, recebi um artigo que vinha assinado pelo jornalista
Alexandre Garcia. Li o texto, por sinal muito bem escrito e convincente, para quem confia neste competente jornalista, apesar de eu, particularmente, não concordar com seu posicionamento ideológico. Mas o caso, é que descobri que não era de autoria do Alexandre. O artigo se entitula “A sociedade brasileira já escolheu sacrificar almas”. Enfim, não é difícil, independente da nossa corrente ideológica, escolher os meios certos pelos quais nos informamos. É só enumerar um número razoável dos meios em quais confiamos, e evitarmos a tempestade de boatos que nos acomete todos os dias.

Um dos maiores críticos e pensadores das últimas décadas, com relação as mídias digitais, foi Umberto Eco, que infelizmente faleceu em 19 de fevereiro de 2016. Ele nos deixou um grande legado e responsabilidade, quando disse, o que para mim, hoje, é uma máxima: “AS REDES SOCIAIS DERAM VOZ A UMA LEGIÃO DE IMBECIS.”

Crítico do papel das novas tecnologias no processo de disseminação de informação, o escritor e filólogo italiano Umberto Eco afirmou que as redes sociais dão o direito à palavra a pessoas que antes falavam apenas "em um bar, depois de uma taça de vinho, sem prejudicar a coletividade".

A declaração foi dada num evento em que ele recebeu o título de doutor honoris causa em comunicação e cultura na Universidade de Turim, norte da Itália.

Normalmente, os imbecis eram imediatamente calados, mas agora eles têm o mesmo direito à palavra de um Prêmio Nobel. Segundo Eco, o drama das mídias digitais é que ela promoveu o imbecil a portador da verdade.


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