sexta-feira, 27 de março de 2020

CRISE POLITICA X CRISE SANITÁRIA

A crise que o mundo passa, por conta do vírus COVID-19, chegou ao Brasil trazendo um quadro desastroso, para não dizer desesperador, pois a incapacidade governamental para gerir a maior crise mundial, assim considerada pela OMS, é evidente, já que o governo brasileiro está mais preocupado com a crise política, do que especificamente, com a sanitária.

A equipe técnica, por trás de Bolsonaro, por mais que se acredite na sua competência, não conseguirá gerir as crises, se não as tratarem separadamente. 

Nos últimos dias, estrategicamente, o ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, trouxe para suas mãos o poder de decisão frente a crise sanitária, deixando a da imagem do presidente, nas mãos da equipe de Comunicação da Presidência da República.

Sendo assim, os profissionais da comunicação agiram em várias frentes, com objetivo de resgatar a imagem do presidente, junto a opinião pública.
Aqui falarei, especificamente, de três, que são suficientes, para entendermos como o planejamento estratégico seria eficaz, porém espúrio e irresponsável, se não fosse as sandices do presidente. 

Criaram três signos, ou seja, três mensagens ou discursos falaciosos, mas como eu disse eficazes:

1º O governo do presidente Jair Bolsonaro fez, em um ano, reformas, que os outros não fizeram em cinquenta

2º Pegaram a imagem do Dr. Drauzio Varela, uma das mais positivas do nosso país, e a usaram para apregoar, já que o médico mesmo com a crise que envolveu seu nome e o da Globo, não foi crucificado como o presidente, segundo o discurso emitido pela comunicação presidencial. 
Tratou-se de viralizar nas redes sociais a mensagem: Quando o Drauzio diz gripizinha tudo bem, quando é o Bolsonaro bombardeia-se. 
Sendo assim a opinião pública pensa: será que não é isso? Ele diz impropérios, mas executa ações governamentais positivas. 
3º Utilizaram-se de forma irresponsável do surto de 2009 do vírus H1N1, comparando-o em nível de gravidade com o COVID-19. Comprovadamente inverídico, já que não se tratou de uma pandemia catastrófica, como a que estamos vivenciando hoje.

Essas mensagens manipulativas, usadas desde o começo da semana, estavam dando resultados positivos em relação as expectativas comunicacionais do governo, mas as atitudes e ações impulsivas de Bolsonaro, como o pronunciamento da última terça-feira, foram na contramão de tudo que havia sido planejado. 

O que se vê, é que o Brasil está nas mãos de um chefe de estado, que toma atitudes isoladas, que se utiliza dos arquétipos de sua equipe de comunicação para se manter indiscriminadamente no poder. 
Bolsonaro se tornou uma figura incontrolável, perigosa, do qual ninguém consegue mais tomar as rédeas. Tentam censurá-lo e aconselhá-lo, mas nem sempre obtém sucesso. 

A conclusão a que podemos chegar é que não se trata de política partidária, e, sim, de gestão, estratégia e discernimento para agir mediante um cenário tão catastrófico, como o que estamos vivendo.




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